Pesquisa e Transferência de Tecnologias:APRIMORANDO E HARMONIZANDO A COLABORAÇÃO MOÇAMBIQUE – CHINA NO CITTAU!

Published by gerson changula on

As relações de pesquisa e transferência de tecnologias agrárias entre Moçambique e China, vão conhecendo um cada vez melhor aprimoramento conforme se deu a saber à Directora Geral do IIAM, Prof. Doutora Zélia Menete, que efectuou uma visita de rotina ao Centro de Investigação e Transferência de Tecnologias Agrárias de Umbeluzi (CITTAU) na manhã de 28 de Maio, a fim de se inteirar dos progressos no seu funcionamento. A visita, cheia de partilhas de experiências e lições de seguimento, constituiu-se de dois momentos: (i) uma plenária na qual foi feita uma apresentação que ilustra o historial do CITTAU, as suas realizações, os seus desafios e as perspectivas que se vislumbram; e (ii) uma passagem pela sala de processamento de arroz e pela loja de venda de produtos hortícolas resultantes do trabalho daquele que é um dos 20 Centros Sino-Africanos de Investigação e Transferência de Tecnologias Agrárias.

Na apresentação feita pela Engenheira Rasonia Saveca, Coordenadora Interina do CITTAU, pela parte do IIAM, a investigadora revelou que o Centro ocupa uma área de 52 hectares (ha) dos quais 20 ha reservados à investigação e demonstração de produção (sendo 12 para a cultura de arroz e 8 para hortícolas); 3 ha ocupados pelas instalações que perfazem os escritórios, laboratórios, salas de aulas, residências, casas de máquinas e armazéns; havendo uma área desafiante de 29 ha de solos salinos. Construído ao abrigo de um Memorando de Entendimento (MdE) de 2008, com obras concluídas em Outubro de 2010, o CITTAU resulta da Cooperação da República Popular da China, que é representada na iniciativa pela empresa Lianfeng Overseas Agricultural Co., Ltd., tendo como como contraparte o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), uma instituição tutelada pelo Governo, através do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER). Tirando um e outro percalço de percurso de quem procura seguir em frente, como a importação de sementes da China fora dos canais do sistema nacional de sementes de Moçambique, as boas relações do IIAM com esta empresa chinesa, no panorama geral das relações bilaterais entre o nosso país e a China ditaram, este ano, a renovação do Memorando de Entendimento entre as duas partes irmanadas na pesquisa e transferência de tecnologias agrárias por mais 5 anos.

Relativamente à semente proveniente da China, que poderá ter criado algum desalinhamento na tramitação processual aquando da sua importação, a Directora Geral do IIAM elucidou à parte chinesa que “não há problemas em trazer sementes da China, desde que sejam seguidos rigorosamente todos os procedimentos respeitantes à importação de sementes no quadro da legislação moçambicana”, pois o fim último da parceria de investigação agrária entre os dois países é mesmo a transferência de tecnologias, sem entretanto criar embaraços procedimentais de qualquer índole. Por outro lado, Zélia Menete usou do seu decoro dialogante com uma expressão sensibilizadora para esclarecer e convidar ao Director do CITTAU pela parte chinesa a orientar os seus colegas, quadros chineses, a se dirigirem aos locais para onde são destacados em território moçambicano com a missão que recebem desde a China, que é de virem ao nosso país e aqui colocarem o seu saber e a sua experiência nas várias unidades do IIAM, e não ficarem apenas no perímetro do CITTAU em Boane. “Tudo isto concorre para o aprimoramento e a harmonização de uma mais ampla colaboração entre os nossos dois países e povos, a partir da contribuição da pesquisa e transferência de tecnologias agrárias, que o IIAM e a Lianfeng desenvolvem através do CITTAU”, amenizou a Prof. Doutora Zélia Menete.

Para dar seguimento à sessão de avaliação do desempenho do CITTAU, após a interrupção para a visita da Directora Geral do IIAM à sala de processamento de arroz e à loja de hortícolas, ficou destacada a Directora Técnica de Formação, Documentação e Transferência de Tecnologias (DFDTT), Doutora Albertina Alage, porquanto a líder transformacional Prof. Doutora Zélia Menete deveria seguir de Boane ao Posto Agronómico de Ricatla (PAR) em Marracuene e depois ao IIAM-Sede na Cidade de Maputo, dando seguimento aos imperativos da agenda de empossamento de novos líderes das sub-Unidades EAU, PAR e USEBA, iniciada hora antes na primeira, ou seja na Estação Agrária de Umbeluzi.

Em nome da DG do IIAM, a DT da DFDTT deixou mais recomendações de seguimento ao CITTAU, entre elas: (i) convidar investigadores seniores para o esclarecimento dos procedimentos a seguir até à libertação de uma variedade; (ii) desenhar protocolos e cumprir todas as etapas relacionadas à montagem de ensaios de avaliação de variedades, devendo ser envolvidos os investigadores dos programas nacionais de cada cultura a nível do IIAM; (iii) elaborar planos de trabalho conjuntos entre as duas partes (moçambicana e chinesa), incluindo orçamentos e a respectiva fonte de financiamento, submetendo-os à aprovação prévia do Comitê de Coordenação do CITTAU.

Recorde-se que o Centro de Investigação e Transferência de Tecnologias Agrárias de Umbeluzi (CITTAU) é uma sub-Unidade do IIAM que funciona nos termos de um Memorando de Entendimento no qual a empresa Lianfeng Overseas Agricultural Co., Ltd representa a parte externa chinesa. A gestão do CITTAU ao nível do IIAM é enquadrada na Direcção de Formação, Documentação e Transferência de Tecnologias. (Roseiro Mário Moreira, com anotações de Vasconcelos Cumbe).

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