Técnicos do IIAM aprimoram Técnicas de Colheita, Herborização, Secagem e Conservação de Espécies Florestais

O Herbário Nacional realizou recentemente um curso de capacitação para técnicos do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), focado em métodos e instrumentos para colheita, herborização, secagem e conservação de espécimes florestais. A formação foi orientada pelos pesquisadores Hermenegildo Matimele e Inês Chelene, com financiamento do Millennium Seed Bank Project (MSB), da Royal Botanic Gardens, Kew, coordenado em Moçambique pela pesquisadora Cacilda Manhiça.

O curso teve como objectivo dotar os técnicos do IIAM, que trabalham com estudos e conservação da biodiversidade, dos conhecimentos teóricos e práticos necessários para o manejo correto das amostras botânicas, desde a colheita em campo até a incorporação e conservação no herbário.
Dividido em duas fases, a primeira foi uma sessão teórica realizada nas instalações do Herbário Nacional, onde foram abordados conceitos fundamentais sobre biodiversidade, a importância do herbário, técnicas de colheita, registo de informações e procedimentos de conservação.

A segunda fase consistiu em actividades práticas na floresta da região do Licuati, em Matutuíne, província de Maputo, e no recinto do IIAM-Sede. Durante as actividades de campo, os participantes aprenderam a colectar amostras, identificar características essenciais de plantas, realizar a herborização e a secagem das espécies. No retorno ao herbário, houve demonstrações de técnicas de secagem natural e artificial, identificação de famílias botânicas, montagem de prensas e etiquetagem para conservação.
O curso reuniu 19 participantes, entre técnicos, investigadores e estagiários ligados ao Herbário Nacional e ao Centro de Investigação Florestal do IIAM. Para os formandos, a capacitação foi uma importante oportunidade para consolidar conhecimentos e aprimorar práticas essenciais para a conservação da flora nacional.
Os participantes manifestaram a expectativa de que esses cursos passem a ser realizados regularmente, com ênfase na identificação botânica, preenchimento de fichas de colecta, digitalização de dados e actualização do acervo do herbário

Seminário sobre Biotecnologia Agrária no IAB

No dia 16 de abril de 2025, o Instituto Agrário de Boane acolheu um seminário sobre Biotecnologia Agrária, com foco em evidências científicas de pesquisas voltadas para o milho tolerante à seca e resistente a pragas e insectos. O evento foi organizado pelo Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), por meio do Fórum Aberto para Biotecnologia Agrária em Moçambique. Reuniu cerca de 120 participantes, incluindo estudantes, professores do IAB, membros de comités de programação e o Dr. Tauros, da Fundação Africana para a Tecnologia Agrária (AATF).

Celebração dos 20 Anos do Centro de Biotecnologia da UEM

Texto Sónia Nhantumbo, Imagens: Juvêncio dos Santos

De 12 a 16 de Maio de 2025, a Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, acolhe a celebração dos 20 anos do Centro de Biotecnologia (CB-UEM), sob o lema: “20 anos de investigação rumo à Excelência e Inovação Científica: Descobrir e Pensar o Futuro”. O evento assinala duas décadas de dedicação à ciência, inovação e formação de quadros qualificados em Moçambique. Desde a sua criação, o CB-UEM tem desempenhado um papel estratégico no avanço da investigação científica, com impacto nas áreas da biotecnologia, saúde, meio ambiente e agricultura. O Centro de Biotecnologia (CB-UEM) é uma unidade orgânica de investigação, extensão e prestação de serviços, da Universidade Eduardo Mondlane, dotada de autonomia científica, administrativa, patrimonial e financeira relativamente aos seus recursos próprios, nos termos da legislação aplicável.

Durante cinco dias, o evento oferece um programa diversificado e dinâmico, voltado para a comunidade académica, científica e o público em geral. Entre as principais atividades destacam-se:

  • Conferências e painéis temáticos com especialistas nacionais e internacionais;
  • Feira de Ciência e Inovação, com exposição de projetos de investigação e tecnologias desenvolvidas localmente;
  • Sessões comemorativas e históricas, revendo o percurso do CB-UEM;
  • Workshops de capacitação científica, especialmente para estudantes e jovens investigadores;
  • Apresentações culturais e momentos de confraternização, celebrando a ciência com identidade moçambicana.

Além de celebrar os marcos alcançados, o evento tem como objetivos:

  • Estimular o pensamento crítico e a visão de futuro entre os jovens cientistas;
  • Fortalecer redes de colaboração entre instituições nacionais e internacionais;
  • Valorizar a ciência como motor de desenvolvimento sustentável em Moçambique e África.

Participação do IIAM

O Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) esteve presente nesta celebração, representado pela Directora Geral, Professora Doutora Maria Zélia Menete, que participou na mesa-redonda com o tema: “Desafios e oportunidades para uma investigação científica sustentável e de excelência em Moçambique”. Participaram na mesma mesa, o Prof. Doutor Jahit Sacarlal (Director da Faculdade de Medicina da UEM), o Doutor Inácio Mandomando (Director do Centro de Investigação em Saúde da Manhiça) e a Professora Doutora Luísa Santos (FAEF/UEM), sob moderação do Prof. Doutor José Fafetine (Director da Escola de Pós-Graduação/UEM).

Durante a sua intervenção, a Directora Geral do IIAM destacou os principais desafios enfrentados pelo IIAM no campo da investigação, formação de recursos humanos e transferência de tecnologia, bem como as oportunidades emergentes para o fortalecimento da investigação agrária no país.  Partilhou igualmente, reflexões valiosas sobre os caminhos e obstáculos da investigação científica no país. Entre os pontos apresentados, destacam-se os seguintes: desafios enfrentados pela investigação científica em Moçambique, valorização da ciência aplicada à agricultura e à sustentabilidade, fortalecimento de redes de investigação interinstitucionais, com cooperação entre universidades, centros de pesquisa e instituições internacionais, e a digitalização e inovação tecnológica como ferramentas para acelerar descobertas e aplicar conhecimento em escala nacional.