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Acrescentando valor de plantas nativas, IIAM promove o agroprocessamento.
Por: Felicidade Macome, Gabriel Matsinhe e Rousseau Bila
A Direcção de Ciências Animais, realizou no dia 9 de Abril de 2025, na Vila Municipal da Manhiça, Província de Maputo, na Sala de reuniões da Administração do Distrito da Manhiça, uma cerimónia de divulgação do Projecto de Processamento e Comercialização de Produtos Alimentares Derivados de Plantas e Frutas Subutilizadas em Moçambique e na Namíbia, financiado pelo Fundo Nacional de Investigação. O evento foi honrado pela presença da Excelentíssima Senhora Maria Fernanda Moçambique, Administradora do Distrito da Manhiça, que presidiu a abertura do evento, onde contou com a presença do Director Nacional Adjunto do Fundo Nacional de Investimento (FNI), Doutor Florêncio Extermo Maulano, Doutora Aissa Fátima, Directora dos Serviços das Actividades Económicas (SDAE) técnicos, produtores, investigadores do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), e parceiros de cooperação. O governo local congratulou a iniciativa e apelou a maior colaboração institucional para dinamizar a cadeia de processamento de leite.
O IIAM representado pela Directora Técnica da Direcção de Ciências Animais (DCA), Doutora Otília Tomo, manifestou a disponibilidade da Investigação em continuar a trabalhar com os produtores para o fortalecimento da cadeia de valor de leite. Como resultados divulgados, foram apresentados produtos desenvolvidos nomeadamente: iogurtes. jam, sopas, xaropes e sumos feitos com base de frutas e plantas nativas. Acções de seguimento
Identificação de uma entidade para massificação dos produtos,
protecção dos produtos desenvolvidos através do registo, produção de materiais de disseminação dos resultados (manuais de treinamento e publicações conjuntas), apoio técnico aos produtores no acesso aos laboratórios e registo dos seus produtos.




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Investigadores e jornalistas reforçam parceria para divulgar a Biotecnologia Agrária na imprensa moçambicana
Por: Gabriel Matsinhe, Rousseau Bila revisão Sónia Nhantumbo e Alice Cambula
Fotos Gabriel Matsinhe e Juvêncio dos Santos
Na última semana, o Fórum Aberto para Biotecnologia Agrária (OFAB-Moçambique) realizou, em Maputo, o Media Café, um evento que reuniu investigadores e profissionais da comunicação para discutir estratégias de divulgação científica, com foco na Biotecnologia Agrária. O encontro decorreu na sede do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) e teve como objetivo principal aproximar a ciência da sociedade, através de uma comunicação mais eficaz nos meios de comunicação nacionais.
Com a presença de 24 participantes, entre especialistas do setor agraria, técnicos do IIAM, membros do Comité de Programação do OFAB, jornalistas de vários órgãos de comunicação, vencedores do Prémio OFAB 2024, e representantes do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), o evento promoveu um diálogo rico sobre os desafios e oportunidades da comunicação em biotecnologia.
Durante a abertura, o Eng. Carlos Filimone, em representação da Direção de Formação, Documentação e Transferência de Tecnologias, deu as boas-vindas aos participantes e destacou a importância da iniciativa como uma ponte entre os centros de pesquisa e os canais de comunicação.
A Dra. Alice Cambula, representante do OFAB-Moçambique, destacou que a advocacia pela biotecnologia moderna tem como missão promover a consciencialização sobre os benefícios dessa tecnologia para o desenvolvimento da agricultura em África, com base em evidências científicas. Cambula também relembrou o compromisso de Moçambique com a biotecnologia, evidenciado pela ratificação do Protocolo de Cartagena, pela criação do Grupo Interinstitucional de Biossegurança (GIIBS) e pelos avanços em ensaios com milho tolerante à seca.
Experiências que inspiram
O investigador Dr. Pedro Chauque compartilhou suas experiências no desenvolvimento de variedades de milho resistentes a pragas e à escassez de água, explicando como a biotecnologia tem sido uma aliada crucial na adaptação às mudanças climáticas.
Já a Dra. Sónia Nhantumbo, responsável pela comunicação do OFAB-Moçambique, apresentou o Prémio Anual de Media OFAB, que reconhece jornalistas que se destacam na cobertura de matérias sobre biotecnologia agrária em rádio, TV e imprensa escrita. Ela anunciou que a 3ª edição do concurso será lançada em breve, incentivando os profissionais a concorrerem com conteúdos de qualidade que ajudem a informar e educar o público.
Histórias que marcam
O jornalista Pilatos Pires, vencedor do Prémio OFAB 2024 categoria de Radio, contou sua experiência ao produzir uma reportagem sobre biofertilizantes, desenvolvida com apoio de instituições como a Universidade Eduardo Mondlane e a Agência Nacional de Energia Atómica. A matéria destacou como resíduos animais e vegetais são transformados em fertilizantes orgânicos e biogás — soluções sustentáveis que melhoram o solo, combatem pragas e ainda fornecem energia.
Pires enfatizou que o reconhecimento do seu trabalho reforça o compromisso com o desenvolvimento do país por meio do jornalismo científico.
Mais apoio, mais impacto
Na reta final do encontro, Faruco Sadique Ibraimo, Secretário do SNJ e membro do júri do prémio, elogiou a parceria entre o OFAB e os meios de comunicação, e reconheceu que os concursos trouxeram novas oportunidades para os jornalistas. Ele sugeriu melhorias nos critérios de avaliação e recomendou o fortalecimento da formação para jornalistas, especialmente nas rádios comunitárias, para ampliar a disseminação de informações científicas.
Caminhos abertos para o futuro
O evento concluiu com o compromisso dos investigadores em abrir mais espaços para a comunicação científica e colaborar com os media para garantir que os avanços da biotecnologia agrária cheguem a todos os moçambicanos.
Palavras finais de incentivo
No encerramento do evento, Carlos Filimone destacou a importância de manter viva a colaboração entre os investigadores e os profissionais da comunicação. “A Biotecnologia Agrária tem muito a oferecer ao país, mas o seu impacto só será sentido se conseguirmos traduzi-la em linguagem acessível para todos os moçambicanos. A comunicação é tão essencial quanto a pesquisa,” afirmou. Filimone reforçou ainda o compromisso do IIAM em continuar a apoiar iniciativas como o Media Café, que contribuem para uma agricultura mais resiliente, informada e inclusiva



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Investigadores incentivam estudantes universitários a Empreender no Agro- negócio
Por Rousseau Bila, Gabriel Matsinhe e José Benevides
Fotos: Juvêncio dos Santos
O Instituto de Investigação Agrária de Moçambique, nas celebrações do 3º Dia Aberto, na sua sede em Maputo, realizou no dia 28 de Março, um evento público que contou com cerca de 53 convidados, dentre eles técnicos do Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas, investigadores e técnicos do IIAM, estudantes da Universidade Eduardo Mondlane, Universidade Pedagógica, Universidade Nachinguea, Institutos Agro-industrial de Salamanga e Politécnico Matola Gare, produtores e representantes da empresa Mdy Lda e Agrofood Lda.
O Investigador do IIAM, Dr. José Benevides, apresentou o tema sobre: “como Empreender no Agro- negócio: Dicas do Sucesso”. Usou do momento para compartilhar as 10 (dez) dicas essenciais para o sucesso, incluindo: escolher uma área, elaborar um plano de negócios, realizar benchmarking, investir em conhecimento, pesquisar o mercado, utilizar novas tecnologias, compreender o agro-negócio e a sustentabilidade, entender a análise económica e financeira no agro- negócio, gerenciar no sector, e desenvolver estratégias de marketing.
O Palestrante destacou que um dos principais caminhos para o sucesso no agro- negócio é a profissionalização, sendo este o primeiro passo importante. Onde mencionou que o agro- negócio abrange seis etapas fundamentais: a produção de insumos/ máquinas, produção de bens e serviços, processamento, distribuição, comercialização e consumo. Destacou o tempo para falar sobre a cadeia produtiva, abordando a produção, transformação e comercialização dos produtos agrícolas, Durante a sua apresentação mencionou várias áreas promissoras para empreender no agro- negócio, como a comercialização de produtos agrícolas, alimentos naturais, insumos agrícolas, indústria de insumos, rações, processamento de alimentos, projectos de crédito rural, frigoríficos, produção leiteira, indústria moageira, e tecnologias agrárias.
Dada a importância do tema Dr. Benevides citou que cerca de 70% das PMEs falham antes de completar o primeiro ano, devido à falta de planeamento, benchmarking e conhecimento sobre o sector. Reafirmou ainda que a importância do benchmarking, consiste em comparar sua empresa com outras do sector para identificar pontos de melhoria e garantir o sucesso. Fora disso, destacou os benefícios dessa prática, como estímulo à inovação, economia de tempo e recursos, e decisões mais inteligentes. Tendo enfatizado a importância de realizar pesquisas de mercado, que ajudam a identificar oportunidades e enfrentar desafios. Demostrou o uso de novas tecnologias, como drones, sementes híbridas, softwares para análise de produtividade, sistemas automáticos de irrigação, e máquinas inovadoras para a produção agrícola. Assim, para gerar a sustentabilidade abordou que este método se refere à capacidade de satisfazer as necessidades do presente sem comprometer o futuro, levando em conta questões ambientais, sociais e económicas; adoptar a importância de garantir práticas que reduzam impactos ambientais, que preservam recursos naturais e promovam o desenvolvimento social e a segurança alimentar.
Por fim o palestrante frisou que empreender no agro- negócio exige determinação e a transição de uma mentalidade optimista para uma postura resiliente diante dos desafios. O curso de formação em agro- negócio não deve ser direccionado apenas aos estudantes, produtores e ao público em geral, mas também aos funcionários do IIAM, com o objectivo de proporcionar uma visão abrangente sobre como se tornar um empreendedor, Disse o nosso palestrante.




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Investigadores desenvolvem estratégias de monitoria e de maneio de várias espécies de Mosca das Frutas
Por: Gabriel Matsinhe, Rosseau Bila e grupo da mosca da fruta
O Instituto de Investigação Agrária de Moçambique, realizou no dia 28 de Março, na sua sede em Maputo o 3º Dia Aberto, um evento público que contou com a presença de 51 participantes, dentre eles técnicos do Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas, investigadores e técnicos do IIAM, estudantes da Universidade Eduardo Mondlane, Universidade Pedagógica e dos Institutos Agro-industrial de Salamanga e Politécnico Matola Gare, produtores e representantes da Mdy Lda. Durante evento o Eng. Nelson Gomes, o palestrante apresentou o tema sobre: o Uso de atractivos alimentar e armadilhas como ferramenta de monitoria da Mosca das Frutas, tendo explicado o quão é importante as frutas na dieta humana e seus benefícios como fonte de renda para as famílias comunidade.
O Eng. Nelson Gomes, na sua apresentação referiu que em Moçambique, a produção de frutas é da responsabilidade do sector familiar, assim como do sector empresarial, e que é, afectada pela ocorrência de Mosca das frutas, frisou que o sector da agricultura, estima perdas em milhões de Meticais devido as perdas de produção, perdas de mercados de exportação e pela suspensão de vários planos de investimentos, visto como consequência, a segurança alimentar e nutricional e o modo de vida de milhões de produtores é afectada pela mosca das frutas.
Para assegurar a qualidade da fruta, os produtores utilizam iscas tóxicas, pulverizam com insecticidas e fazem o tratamento químico pós-colheita de frutos. Pois, as estratégias de monitoria e de maneio de várias espécies de Mosca das Frutas vêm sendo introduzidas, tais como, uso de atractivos e proteínas alimentares misturados com insecticidas, com a finalidade de capturar e remover a maior quantidade de indivíduos no campo, essa “praga dos frutos e vegetais e ameaça séria ao sector da fruticultura”.
Os principais hospedeiros da mosca de fruta são: Manga, Banana, Ata, Papaia, Melancia, Abóbora, Pepino, Tomate, Abacate, Maçanica, Laranja, Limão, Tangerina, Toranja, Pêssego, Caju, Goiaba, Pêra, Pimento, Piripíri, Canhú, Ameixa, Maçã, Cereja e Litches.
O palestrante na sua apresentação falou dos métodos de controlo da mosca das frutas como: práticas a nível do produtor; pulverização com íscas tóxicas; técnica de aniquilação de machos; sanidade dos Pomares; protecção mecânica dos frutos; colheita atempada e tratamento pós colheita; b) Medidas de controlo de âmbito regional a serem implementadas por instituições públicas ou parcerias público/privadas: técnica de machos estéreis; controlo biológico clássico; quarentena e monitoria de mosca das frutas, e demostrou as armadilhas usadas na monitoria das moscas das frutas tais como: armadilhas convencionais e armadilhas caseiras. Sustentou
No que a monitoria de mosca das frutas é o principal pré-requisito para o controlo racional e eficiente da praga; na sessão de debate com os presentes no evento foram conhecidas métodos de controlo de praga de moscas das frutas para
prevenir o seu aparecimento, fazendo a sanidade nos pomares, removendo frutos infestados e caídos, colheita antecipada e utilizar armadilhas, seja convencional ou caseira.
As armadilhas caseiras atraem tanto os machos quanto as fêmeas. Contudo, a armadilha mais eficaz é a convencional, com custos relativamente altos em relação as armadilhas caseiras, que são de baixo custo. A Professora Doutora Zélia Menete, Directora Geral do IIAM, na sua intervenção orientou os investigadores para elaboração de planos de cursos de curta duração sobre a Mosca da Fruta, para capacitar jovens e estimular o auto- emprego. Igualmente, a Directora Geral propôs que as instituições de ensino técnicos médios ministrassem as aulas teóricas, sendo o papel dos especialistas do IIAM realizem as e demostrações práticas no campo agrícola.




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Produzir Alimentos em Harmonia com a Natureza: Agricultura Sintrópica
Por: Rousseau Bila e revisto por Cacilda Manhiça e Esperanca Chamba e Zelia Malate
No âmbito da realização do 3º Dia Aberto do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), foi realizada uma palestra marcante intitulada “Produzir Alimentos em Harmonia com a Natureza: Agricultura Sintrópica”, apresentada pela Enga Zélia Patrício Malate e moderada pela Enga Esperança Chamba. O evento aconteceu na Sala Zambeze, na sede do IIAM, e contou com a presença de 70 participantes, incluindo investigadores e técnicos do IIAM, estudantes da Universidade Eduardo Mondlane, Universidade Pedagógica e do Instituto Agro-industrial de Salamanga, além de produtores, representantes da Mdy Lda e da Rádio Voz do Islam.
A Engª Zélia Malate, investigadora do IIAM, iniciou a apresentação definindo o conceito de Agricultura Sintrópica. Ela explicou que essa técnica de produção imita a forma como as plantas crescem e interagem naturalmente nas florestas. Tendo dito que a agricultura sintrópica baseia-se nos princípios da sucessão ecológica e da estratificação natural das plantas, promovendo a restauração de ecossistemas ao mesmo tempo em que se produzem alimentos.
A agricultura sintrópica não se limita ao cultivo de uma única planta. Pelo contrário, utiliza diversas plantas, como árvores, arbustos, hortaliças, legumes e até flores, que crescem juntas, contribuindo para o equilíbrio do ecossistema. Cada planta desempenha uma função específica no sistema, desde a captura de luz até a decomposição de nutrientes, criando uma verdadeira sinfonia natural, conforme destacou Zélia Malate.
Ela frisou que um dos conceitos centrais da Estratificação Natural das Plantas é organização das plantas em diferentes camadas ou “estratos”, dependendo de suas características de crescimento. Isso permite que cada planta desempenhe uma função no ecossistema.
Durante a palestra, a Engª Zélia destacou os inúmeros benefícios dessa técnica inovadora, como:
Melhora a qualidade e estrutura do solo; baixo custo de produção; não usa produtos químicos;
controlo natural de pragas e doenças, maior resiliência às mudanças climáticas; sequestro de carbono; aumento da biodiversidade e produção de alimentos mais saudáveis e nutritivos.
Ela explicou que, para o estabelecimento da Agricultura Sintrópica, é necessário seguir algumas etapas essenciais a destacar: conhecimento das condições naturais do local do estabelecimento do campo sintrópico; escolher as espécies adequadas para cada ambiente; preparar o campo e construir os canteiros; adubação orgânica do solo (Esterco bovino, biocarvão); plantio de espécies pioneiras (resistentes a condições adversas); adicionar arbustos, fruteiras, espécies madeireiras e sementeira de culturas agrícolas e cobertura do solo com matéria orgânica (folhas).
Foi destacado durante a apresentação que a agricultura sintrópica exige monitoramento contínuo, como a medição do crescimento das plantas, poda, controlo de ervas daninhas, pragas e doenças. O acompanhamento é fundamental para garantir que o sistema continue saudável e equilibrado. Para uma solução voltada para um futuro sustentável, a apresentadora afirmou que a agricultura sintrópica permite cuidar da natureza enquanto produzimos alimentos. Ao adoptar essa prática, podemos contribuir para a construção de um mundo mais equilibrado e saudável. A sinergia entre a natureza e a produção de alimentos não só promove a regeneração do solo, mas também oferece uma forma de cultivo mais sustentável, que respeita os ciclos naturais da terra.
Depois da apresentação, abriu-se espaço para pergunta e comentários pelo que foram levantadas e respondidas diversas questões tais como:
Terminada a palestra, houve a demonstração de como os campos sintrópicos são estabelecidos. Foi um exercício enriquecedor para os estudantes, produtores e todos os presentes.


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Comemoração do Dia Internacional das Florestas na Escola Primária Unidade 31 – Cidade de Maputo
Por: Rousseau Bila e Gabriel Matsinhe
No âmbito da celebração do Dia Internacional das Florestas assinalado no dia 21 de Março em todo o mundo sob o lema “Florestas e Alimentos, no presente ano, o IIAM-Sede através do sector de florestas comemorou a data na Escola Primária Unidade 31, localizada no Distrito Municipal Kamavota, na cidade de Maputo,
Esta é uma data significativa dedicada à conscientização sobre a importância da preservação das florestas e seu papel essencial no equilíbrio ambiental. O evento contou com a presença de 70 alunos e professores da escola supracitada e 07 técnicos do IIAM.
O programa teve início com uma palestra orientada pela Eng. Esperança Chamba, investigadora do IIAM, que explicou o significado do Dia Internacional das Florestas e iniciou uma dinámica com os alunos, perguntando o que eles entendiam por “floresta”. As respostas foram diversas, com os alunos mencionando desde a ideia de “conjunto de árvores”, “um lugar cheio de plantas e animais”. A investigadora complementou, explicando que as florestas são lugares onde uma diversidade de plantas e animais interagem, e que elas desempenham funções ambientais fundamentais para o bem-estar da sociedade.
Sobre os benefícios da floresta e das árvores, os alunos mencionaram o fornecimento de sombra, oxigênio, alimentos e medicamentos, madeira, e papel. Os alunos mostraram conhecer os benefícios das florestas, pois um aluno mencionou que “as árvores produzem frutos e estes produzem sementes, que por sua vez quando semeadas voltam a produzir outras árvores”. Foi impressionante o nível de conhecimento e interação dos alunos. Todos queriam contribuir. A investigadora reforçou esses pontos, afirmando que as florestas são fonte de matéria-prima para a fabricação de móveis, papel, e até medicamentos, além de prevenir a erosão dos solos e purificação das águas dos rios.
De seguida, de acordo com o programa, a Eng. Cacilda Manhiça, também investigadora do IIAM, conduziu uma actividade prática sobre como plantar uma árvore. A interação com os alunos foi enriquecedora com a discussão sobre o uso do plástico no plantio. Foi explicado que o plástico prejudica o desenvolvimento das plantas devido à dificuldade de decomposição do material. A investigadora enfatizou a importância de evitar o plástico, que demora muito para se decompor e prejudica o meio ambiente. Ela demonstrou como plantar correctamente e, com a ajuda de dois alunos, mostrou o processo de construção da bacia de retenção e rega das plantas. Foi plantada uma planta de Azadirachta indica (Margosa ou Neem) no recinto escolar. Esta planta tem propriedades naturais de repelir insectos como mosquitos, uso como insecticida orgânico e ainda atrai pássaros durante a maturação dos frutos, dando um ambiente agradável à escola.
Por fim, a Eng. Zélia Malate abordou a técnica de agricultura sintrópica, uma forma de cultivo que integra árvores, culturas de diversas espécies, criando um ambiente mais sustentável e equilibrado. Essa prática evita o uso de produtos químicos e utiliza recursos naturais, como o carvão, estrume, folhas secas e adubação verde, para enriquecer o solo. Os alunos foram convidados a participar da demonstração do estabelecimento do campo sintrópico, aprendendo desde a preparação do solo até o plantio de diferentes culturas conjugadas com plantas anuais. Em todo este processo os alunos e professores demonstraram muito interesse e dinamismo, tanto mais que a própria Directora da escola, juntamente com a Directora Pedagógica, participaram do plantio e rega de várias plantas, como couve, cebolinha, menta, abóbora, feijão nyemba e alho, utilizando as técnicas aprendidas durante a celebração.
Aquando das considerações finais, foi questionado qual foi o critério de selecção desta escola para as celebrações ao que a Eng. Isabel Lavo do IIAM – DFDTT, explicou que não houve um critério específico, mas tem vindo a trabalhar com esta escola e verificou que esta, tem se mostrado interessada na instalação das hortas escolares. Por isso e pelo reconhecimento do esforço contínuo da escola no cultivo de hortas escolares, foi seleccionada pois a direcção, professores e alunos mostraram compromisso com a produção de alimentos e o meio ambiente.
Ao final da celebração, a Directora da escola expressou seu agradecimento ao IIAM pelo conhecimento transmitido e destacou a importância do que foi aprendido, especialmente as práticas de agricultura sintrópica, que poderão ser aplicadas tanto na escola quanto nas residências dos alunos. Ela mencionou que, no ano anterior, os alunos aprenderam que a cebola pode ser usada como insecticida natural, e agora sabem que existem outras alternativas, como o piri-piri, que tem capacidade de repelir agentes destruidores das culturas de modo a melhorar a saúde do solo e a produção agrícola.
A Directora também destacou como as hortas escolares contribuem para a alimentação da escola, fornecendo alimentos frescos e naturais, que são mais nutritivos e livres de produtos químicos. O Técnico da Direcção Distrital de Educação e Cultura de KaMavota reforçou a importância da sustentabilidade das hortas escolares, lembrando que, além de proporcionar alimentos para a escola, as hortas ensinam aos alunos habilidades valiosas para aplicar em suas próprias residências.
A Eng. Esperança Chamba agradeceu pelo acolhimento e parabenizou a direcção da escola pela organização ordeira do evento, bem como os alunos pela participação activa no plantio e no estabelecimento do campo sintrópico e pelo conhecimento demonstrado sobre as florestas. Ela também incentivou a escola a continuar cuidando das árvores plantadas, especialmente o Neem, e da horta para garantir que as plantas cresçam saudáveis e desempenhem suas funções no ecossistema e que dos alimentos colhidos no campo possam apoiar o programa de alimentação escolar já existente.



