CIC BATÁ e UNAC estreitam Parcerias com a Investigação Agrária Moçambicana!
Visando potenciar produtores locais em Moçambique, através de pacotes tecnológicos apropriados gerados pela investigação agrária, com ênfase piloto nas províncias de Gaza e Maputo, o Centro de Iniciativas para Cooperação Batá (CIC BATÁ), uma organização espanhola, e a moçambicana União Nacional dos Camponeses (UNAC) escalaram na manhã desta quarta-feira (10 de Julho) a Sede do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM). Em pronta resposta à solicitação das duas organizações, a comitiva visitante foi recebida pelo Director Técnico de Planificação, Administração e Finanças do IIAM, Júlio Manjate, que orientou o Encontro de Cortesia e Sincronização de Parcerias, na qualidade de Substituto da Directora Geral.
Vindo da Espanha, Pablo Jordan, Responsável pelos Projectos de Cooperação do CIC BATÁ fez-se acompanhar pela Coordenadora do CIC BATÁ em Moçambique, Luísa Fumo, e pelo Coordenador de Formação da UNAC, Inácio Maria Manuel. Acompanharam o Substituto da Directora Geral do IIAM, o Director Técnico de Agronomia e Recursos Naturais (DARN), Constantino Senete e o técnico Roseiro Moreira, do Departamento de Comunicação, Informação e Documentação (DDIC), que encaminhou os visitantes.
O Centro de Iniciativas para Cooperação Batá (CIC BATÁ) é uma Organização Espanhola que trabalha com entidades públicas, privadas e Associações de Camponeses na área de agricultura. Tem Representação em Moçambique e em parceria com a UNAC trabalha nas Províncias de Gaza e Maputo. Mudanças Climáticas e Produção de Sementes Locais fazem parte das abordagens do CIC BATÁ, que com a experiência da UNAC pretende ampliar as suas parcerias ao IIAM para chegar aos produtores com pacotes tecnológicos resultantes da investigação agrária nacional.
É assim que esta semana, o Alto Responsável de Projectos de Cooperação do CIC BATÁ deixou os seus escritórios na Espanha e se juntou à Representação daquela organização no nosso país, cujo roteiro das actividades agraciou o IIAM através da UNAC, tradicional parceira da Investigação Agrária. Na sua alocução, Pablo Jordan mostrou-se bastante impressionado com o potencial de apoio aos produtores que a investigação agrária moçambicana, liderada por quadros qualificados e experientes do IIAM pode providenciar em termos de tecnologias e serviços.
“Estamos interessados em saber como podemos cooperar. Estamos abertos para ver como pode ser o futuro da colaboração. Não é uma coisa fechada, mas temos este projecto e queremos seguir em frente com uma colaboração”, referiu aquele Responsável Sénior do CIC BATÁ após acompanhar as explanações do Substituto da Directora Geral sobre a orgânica e o funcionamento do IIAM à dimensão nacional, segundo as quais “(…) temos os nossos Centros Zonais que operacionalizam as acções de investigação agrária pelo país adentro, e então é aí onde se pode materializar a nossa cooperação pois podemos encontrar a resposta precisa e demonstrada sobre o que se faz no IIAM”.
Por seu turno, a Coordenadora do CIC BATÁ em Moçambique, Luísa Fumo, clarificou que em Gaza para além de Xai-Xai e recentemente Limpopo, a organização opera em distritos recônditos como Massangena, Chicualacuala, Mapai, no Norte da província, a pedido mesmo do Governo Provincial. Trata-se de uma zona de difícil acesso e onde pouca gente se desafia a trabalhar, como também reconheceu o Director Técnico de Agronomia e Recursos Naturais, Constantino Senete, olhando porém isso como um desafio a ser vencido com o envolvimento da investigação agrária em parcerias como as que o CIC BATÁ e a UNAC pretendem dar maior sincronização.
Já o Coordenador de Formação na UNAC, Inácio Maria Manuel, enalteceu as tradicionais relações com o IIAM vendo-as como uma trajectória de muita valia que deve ser sempre aprimorada e revitalizada. Associando-se às alocuções feitas fez notar que “a grande aposta é que ali naquelas zonas áridas há pessoas que vivem lá, têm as suas necessidades e precisam de ser apoiadas para poderem realizar as suas actividades agrárias. É esta a questão que nos leva a buscar do IIAM alguma recomendação sobre as tecnologias mais apropriadas para as zonas áridas”.
Entretanto, em repetidos momentos do encontro, o Director de Agronomia e Recursos Naturais, Constantino Senete, aflorou a necessidade de se “realizar primeiro um Estudo de Base para se saber o que lá já foi feito e que tecnologias foram ou podem ser geradas”. Senete adiantou alguns conselhos como a opção por variedades de ciclo curto, a criação de Bacias de Retenção de Água, o aumento da profundidade dos poços, a consideração da rega gota-à-gota como alternativa à rega por gravidade, entre outras. Mas para si, tudo isso “não descarta o Estudo de Base (…) para vermos se as tecnologias podem ser adoptadas ou antes adaptadas”.
O Centro de Iniciativas de Cooperação (CIC BATÁ) deixou transparecer que pode colaborar em acções que o IIAM tenha em perspectiva realizar naquela zona, pois “o nosso núcleo é o fortalecimento das comunidades” como sublinhou o seu Alto Responsável de Cooperação, ora em visita a Moçambique e que irá escalar o Norte da Província de Gaza. Nessa deslocação, a comitiva que pretende tornar a sua parceria com o IIAM uma realidade robusta fará uma passagem pela Sede do Centro Zonal Sul, em Chókwè, para o envolvimento desta Unidade de investigação do IIAM na região, como concordado e direccionado no final do Encontro de Cortesia e Sincronização de Parcerias CIC BATÁ – IIAM – UNAC, doravante a constituir-se numa Agenda Tripartida de Investigação e Transferência de Tecnologias aos produtores locais das províncias de Gaza e Maputo. (Roseiro Mário Moreira com Fotos de Marcos Vieira Niuaia/IIAM).