IIAM PARTICIPA NO PRIMEIRO FESTIVAL DO CAFÉ

A produção do Café em Moçambique, é centenária, enraíza-se na tapeçaria histórica, cultural e diversidade natural. Das altas terras místicas de Chimanimani até as florestas verdes e tropicais de Gorongosa e a indílica ilha do Ibono arquipelago das Quirimgas, onde o clima, o solo e sua geografia são adequados para cultivar-se várias variedades de café. Em Lisboa, o café do Ibo recebeu um diplona de Medalha de Ouro, em 1906, devido ao seu aroma, características e sabor.

Nos presentes dias, existe um despertar de interesse e investimento na produção de culturas de Café, sendo resultado do reconhecimento das oportunidades nesta Indústria, também beneficiando tanto ao ambiente quanto as comunidades. Assim sendo, o Goveno de Moçambique atravês do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), viu esta oportunidade de realizar este evento, que é o Festival do Café Maputo, sob lema “Do Grão à Chavena”, para permitir que exista um intercâmbio, interacção e troca de experiência entre os produtores e consumidores de café.

O evento teve lugar numa das estâncias hoteleiras da bela cidade das acácias, tendo contado com a participação de Sua Excia. o Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia e outras figuras internacionais ligadas a cadeia do valor do café, como a Directora Executiva da Organização Internacional do Café (OIC), organismo este que Moçambique faz parte desde Junho de 2023, Executivos de orgãos internacionais, diplomáticos, representantes de empresas produtoras de café e associassões.

Coube a Directora Executiva da OIC, de fazer a contextualização do cenário internacional do café, em seguida, Sua Excia Ministro do MADER, fez a abertura oficial do Festival. Dentre varias apresentações, coube ao Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), fazer a apresentação, tendo como Orador o Engenheiro Edmar Uamusse, com o tema “Contribuições da Investigação no sector de Café” Para além das apresentações, participaram alguns expositores que trouxeram suas marcada de cafá para dar-se a conhece. Na esposição, houve também espaço para demostração dos cafés, degustação dos mesmo, das várias marcas existentes, métodos de processamento, equipamento tudo com vista a proporcionar aos entusiastas do café experiencias diferentes e únicas.

Uma das abordagens trazidas para o evento foi a de se criar uma identidade própria do Café Moçambicano, argumento este, apresentado por Tiago Fonsega, um dos representantes emblemáticos da Agência de publicidade Golo (Think Local), também, falou-se do papel do governo, de criar um ambiente favorável a todos os níveis operacionais dos vários segmentos, da cadeia de valor do café, desde o plantio ao precessamento, empacotamente e comercialização, sem deixar de lado e como fundamental, o plano estratégico bem definido para que se consiga efetivar acções que julgue-se pertinente com esta cultura, visto que o país está abraçando esta oportunidade e desafio, concorrendo com organizações internacionas bem estruturadas e que já operam nesta área e com esta cultura, com larga experiência.

Através de esforços conjuntos do Governo, parceiros de cooperação, sector privado e dos produtores rurais, seguindo uma estratégia assertiva, o país pretende criar uma estrutura, contruir um futuro próspero e saudável para a indústria do café no país.

Da Pesquisa do IIAM:LANÇADO LIVRO SOBRE “AS ÁREAS IMPORTANTES DE PLANTAS DE MOÇAMBIQUE”

O Vice-Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Olegário Banze, lançou na manhã desta segunda-feira,10, uma importante obra científica do ramo da biodiversidade florestal, produzida pelo Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) em parceria com a Royal Botanic Gardens – KEW do Reino Unido. Trata-se de um livro de 430 páginas, sob o título “As Áreas Importantes de Plantas de Moçambique”, da autoria de 11 pesquisadores nacionais e estrangeiros, sendo 6 nacionais, entre os quais 5 do IIAM: Hermenegildo Matimele, Cleyton Langa, Castigo Datizua, Teresa Alves e Camila de Sousa; e 1 da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Alice Massingue.

Falando no início da cerimónia, a Directora Geral do IIAM, Prof. Doutora Zélia Menete enalteceu a realização do evento, pois espelha as actividades inerentes à investigação, recolha, compilação e análise de informação agrária para o desenvolvimento socioeconómico do país. “O livro em lançamento nesta cerimónia é produto de um trabalho desenvolvido ao longo de vários anos, e que é a junção de diferentes programas e projectos levados a cabo pela instituição”, enfatizou Zélia Menete.

Por seu turno, o Dr. Hermenegildo Mitimele, um dos co-autores moçambicanos, apresentou uma resenha sobre o “Programa Geral de Áreas Importantes de Plantas nos Trópicos” bem como as especificidades atinentes a Moçambique no que se refere à identificação das referidas áreas, resultados, recomendações e próximos passos à luz de toda a pesquisa por detrás do livro. A Eng. Camila de Sousa expôs os portais de acesso ao livro e de toda a informação produzida no âmbito da pesquisa. De acordo com Camila de Sousa os websites do IIAM, FNDS, SIBMOZ e BIOFUND já albergam ou albergarão a obra e os seus sub-produtos. Para além desses portais o livro estará disponível nas bibliotecas de instituições de ensino e investigação como é o caso da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e do próprio IIAM.

Entre os oradores principais da cerimónia de lançamento da obra tomou a palavra o Prof. Doutor Narciso Matos, na qualidade de Presidente do Conselho de Administração da BIOFUND, uma instituição parceira do IIAM em matéria de conservação e preservação da biodiversidade. Na sua intervenção, Narciso Matos sublinhou terem sido identificadas 57 áreas de conservação de plantas das quais 18 estão dentro das áreas de conservação. Para o PCA da BIOFUND, sendo missão desta instituição “angariar fundos e financiar acções de gestão e de conservação da biodiversidade envolvendo as comunidades locais e outros intervenientes do sector público e privado”, a BIOFUND pauta-se por apoiar parcerias com as instituições capazes de trabalhar na conservação da biodiversidade para as gerações futuras.

Ao apresentar o livro, lançando-o formalmente ao consumo público, o Vice-Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Olegário Banze, louvou a iniciativa do IIAM de colaborar com outras instituições nacionais e internacionais para a concretização de tão importante resultado da investigação, ora palpável em obra científica que a todos orgulha. Olegário Banze, que fazia o seu pronunciamento em representação do Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, usou da ocasião para partilhar com os presentes que as partes signatárias da Convenção da Biodiversidade concordaram em aumentar em 30% as áreas importantes para a biodiversidade, através de um quadro legal próprio. O dirigente ministerial sublinhou que o Governo, ao ratificar a Convenção, comprometeu-se internacionalmente em proteger a biodiversidade e promover a sua gestão sustentável, implementando iniciativas para alcançar as metas de estratégia nacional de conservação da biodiversidade em Moçambique. Repisando expressões de enaltecimento ao IIAM e particularmente aos seus investigadores envolvidos na produção do livro, o Vice-Ministro exortou-os a fazerem uma análise da composição química das plantas de tal sorte que se possa explorar o seu mais amplo contributo para o desenvolvimento do país. (Rousseau Bila, Gabriel Matsinhe e Roseiro Moreira, com fotos de Marcos Niuaia/IIAM).

Mais 4

Resiliência a Pequenos Agricultores:

IIAM ASSINA ACORDO DE PARCERIA COM FTF RESINA

Teve lugar na Estação Agrária de Ribaue – IIAM no dia 4 de Junho do corrente ano o workshop para o lançamento oficial do projecto “Apoiar a Resiliência dos Pequenos Agricultores” através de melhor acesso e adoção de tecnologias sensíveis ao clima e à nutrição para aumentar o rendimento, melhorar a nutrição e a segurança alimentar nas províncias de Nampula e Zambézia. Esta parceria visa a apoiar a resiliência dos pequenos agricultores através de melhor acesso e adopção de tecnologias adaptáveis ao clima e sensíveis à nutrição para aumentar o rendimento, melhorar a nutrição e a segurança alimentar nas províncias de Nampula e Zambézia.

A assinatura da parceria entre as duas instituições foi realizada pelos respectivos Directores nomeadamente Dra. Zélia Menete, Directora Geral do IIAM e o Dr. Nephas Munyeche, Director do FTF RESINA. O evento contou com a presença do Director do escritório da Resiliência e Crescimento Económico da USAID, Dr. Michael Nicholsin, representantes do Governo Provincial e Distrital e parceiros das duas partes no acordo, entre os quais: os Directores Provinciais de Agricultura e Pescas e dos Serviços Provinciais de Actividades Económicas de Nampula, o Administrador do Distrito de Ribaue, um representante do SDAE Ribaue, Líderes Comunitários daquele distrito, bem como actores de Sector Privado, entre agrodealers e agricultores. Estes intervenientes mostraram todo o seu cometimento em abraçar a iniciativa de parceria, ora chancelada pelo IIAM e a FTF RESINA, no workshop que culmina com o arranque das actividades do Projecto de Apoio à Resiliência aos Pequenos Agricultores através de Tecnologias de aumento de Rendimento, melhoria nutricional e de Segurança Alimentar na Zambézia e Nampula. (Suzie Aline, em Ribaue com Edição de Roseiro Moreira em Maputo).

Para a Transferência de Tecnologias Agrárias:CRUZ VERMELHA ESTREITA RELAÇÕES COM O IIAM.

Na sua missão de assistência humanitária e apoio na restauração dos meios de vida das famílias, a Cruz Vermelha, através do seu Comité Internacional (CICV) está a intervir na área de agricultura e pescas na província de Cabo Delgado, em colaboração com o Centro Zonal Nordeste (CZNd) do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM). A intervenção do Comité Internacional da Cruz Vermelha naquela província nortenha de Moçambique incide concretamente sobre os distritos de Muidumbe, Mueda, Nangade, Macomia e Mocímboa da Praia, onde opera na provisão de estacas de mandioca para a multiplicação e distribuição a 6.500 famílias, como meta para 2024. As referidas variedades de mandioca são produto da pesquisa do IIAM tendo sido libertadas ao mercado por esta instituição nacional.

O CICV, ao que se denotou da locução da Sra Janet Angele, Coordenadora de Segurança Económica, pauta, nas suas intervenções no campo, em seguir e respeitar as directrizes de participação comunitária com enquadramento nas Estratégias de Desenvolvimento nos distritos, respondendo às necessidades localmente identificadas numa base participativa. Assim para além da multiplicação de estacas de mandioca também providencia sementes de milho, feijão e gergelim bem como o estabelecimento de equipamentos de rega. De modo particular, em Mocímboa da Praia apoia 2.000 famílias na produção pesqueira, disponibilizando equipamento de pesca, em coordenação com os Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAEs).

Foi também na linha de melhor seguir as directrizes da investigação e transferência de tecnologias que a Coordenadora de Segurança Económica do CICV, Sra. Janet Angele, acompanhada pelo seu Oficial de Campo, Sr. Lúcio Raúl, reuniu-se com a Prof. Doutora Zélia Menete, Directora Geral do IIAM no gabinete desta, a 30 de Maio passado, numa missão com o propósito de: (i) partilhar as actividades em curso nos projectos do CICV em Cabo Delgado, (ii) assegurar que as suas intervenções estão alinhadas com as Políticas de Desenvolvimento e (iii) buscar apoio da Direcção Geral do IIAM no que for necessário para o sucesso dos projectos. Por seu turno, Zélia Menete, saudou a iniciativa do CICV pela aproximação à Sede do IIAM e pelas intervenções concretas que estão sendo desenvolvidas no uso de práticas de agricultura inteligente, respeito às necessidades locais e ao trabalho em curso de transferência de tecnologias. Depois de apresentar a estrutura do IIAM e a importância do respeito das regiões agro-ecológicas na agricultura, referiu ser crucial que haja uma selecção adequada de variedades e a necessidade de um calendário de rega respeitando as exigências das culturas nas suas fases de crescimento.

Outras recomendações da Prof. Doutora Zélia Menete incluíram: rotação de culturas e/ou consorciação na gestão de solos, incentivando o cultivo e uso de hortícolas dada a vantagem de serem de ciclo curto e rapidamente suprirem as necessidades alimentares em quantidade e diversificação, no campo ou em hortas caseiras. Para a Directora Geral do IIAM, a batata-doce de polpa alaranjada, com diversas variedades libertadas pelo IIAM tem a vantagem também de ser de ciclo mais curto que a mandioca e providência a Vitamina A e o Betacaroreno, importantes na redução de deficiências nutricionais e no control de anemia.

No que diz respeito às ligações inter-institucionais Zélia Menete referiu ser importante o trabalho com os SDAEs como responsáveis na multiplicação de estacas de mandioca, sobretudo nesta fase piloto, havendo que equacionar o efeito multiplicador no caso em que se identificam alguns produtores como responsáveis pela multiplicação com as vantagens que daí advêm, como por exemplo o encurtamento da distância para os produtores beneficiários. “O rigor na limpeza e nas práticas pós colheita revela-se desafiador sobretudo para as culturas de mandioca e batata-doce”, enfatizou a Directora Geral do IIAM, acrescendo que a instituição que lidera pode dar o seu contributo no agro-processamento de modo a diversificar o consumo e acrescentar valor à produção, uma assistência que pode ser feita a partir do Centro de Formação em Fruteiras (CFF), sito em Namialo na província de Nampula, adstrito ao Centro Zonal Nordeste (CZNd).

A educação nutricional bem assim a promoção do consumo das folhas de mandioca e de batata-doce, por sinal ricas em ferro, revela-se primordial contributo na redução dos níveis de desnutrição crónica. Neste contexto a interacção e colaboração com outros parceiros intervenientes localmente são desejáveis, como por exemplo a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC). Como acções de seguimento há espaço para o IIAM e o CICV assinarem um Memorando de Entendimento para melhor orientação, planificação e implementação conjunta de actividades em prol do desenvolvimento de uma pesquisa cada vez mais orientada à disponibilização dos resultados tecnológicos desta tendo em conta a sua demanda pelo sector produtivo agrário em Moçambique. (Albertina Alage/Texto, Roseiro Moreira/Edição, e Juvêncio dos Santos/Fotos).

Pesquisa e Transferência de Tecnologias:APRIMORANDO E HARMONIZANDO A COLABORAÇÃO MOÇAMBIQUE – CHINA NO CITTAU!

As relações de pesquisa e transferência de tecnologias agrárias entre Moçambique e China, vão conhecendo um cada vez melhor aprimoramento conforme se deu a saber à Directora Geral do IIAM, Prof. Doutora Zélia Menete, que efectuou uma visita de rotina ao Centro de Investigação e Transferência de Tecnologias Agrárias de Umbeluzi (CITTAU) na manhã de 28 de Maio, a fim de se inteirar dos progressos no seu funcionamento. A visita, cheia de partilhas de experiências e lições de seguimento, constituiu-se de dois momentos: (i) uma plenária na qual foi feita uma apresentação que ilustra o historial do CITTAU, as suas realizações, os seus desafios e as perspectivas que se vislumbram; e (ii) uma passagem pela sala de processamento de arroz e pela loja de venda de produtos hortícolas resultantes do trabalho daquele que é um dos 20 Centros Sino-Africanos de Investigação e Transferência de Tecnologias Agrárias.

Na apresentação feita pela Engenheira Rasonia Saveca, Coordenadora Interina do CITTAU, pela parte do IIAM, a investigadora revelou que o Centro ocupa uma área de 52 hectares (ha) dos quais 20 ha reservados à investigação e demonstração de produção (sendo 12 para a cultura de arroz e 8 para hortícolas); 3 ha ocupados pelas instalações que perfazem os escritórios, laboratórios, salas de aulas, residências, casas de máquinas e armazéns; havendo uma área desafiante de 29 ha de solos salinos. Construído ao abrigo de um Memorando de Entendimento (MdE) de 2008, com obras concluídas em Outubro de 2010, o CITTAU resulta da Cooperação da República Popular da China, que é representada na iniciativa pela empresa Lianfeng Overseas Agricultural Co., Ltd., tendo como como contraparte o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), uma instituição tutelada pelo Governo, através do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER). Tirando um e outro percalço de percurso de quem procura seguir em frente, como a importação de sementes da China fora dos canais do sistema nacional de sementes de Moçambique, as boas relações do IIAM com esta empresa chinesa, no panorama geral das relações bilaterais entre o nosso país e a China ditaram, este ano, a renovação do Memorando de Entendimento entre as duas partes irmanadas na pesquisa e transferência de tecnologias agrárias por mais 5 anos.

Relativamente à semente proveniente da China, que poderá ter criado algum desalinhamento na tramitação processual aquando da sua importação, a Directora Geral do IIAM elucidou à parte chinesa que “não há problemas em trazer sementes da China, desde que sejam seguidos rigorosamente todos os procedimentos respeitantes à importação de sementes no quadro da legislação moçambicana”, pois o fim último da parceria de investigação agrária entre os dois países é mesmo a transferência de tecnologias, sem entretanto criar embaraços procedimentais de qualquer índole. Por outro lado, Zélia Menete usou do seu decoro dialogante com uma expressão sensibilizadora para esclarecer e convidar ao Director do CITTAU pela parte chinesa a orientar os seus colegas, quadros chineses, a se dirigirem aos locais para onde são destacados em território moçambicano com a missão que recebem desde a China, que é de virem ao nosso país e aqui colocarem o seu saber e a sua experiência nas várias unidades do IIAM, e não ficarem apenas no perímetro do CITTAU em Boane. “Tudo isto concorre para o aprimoramento e a harmonização de uma mais ampla colaboração entre os nossos dois países e povos, a partir da contribuição da pesquisa e transferência de tecnologias agrárias, que o IIAM e a Lianfeng desenvolvem através do CITTAU”, amenizou a Prof. Doutora Zélia Menete.

Para dar seguimento à sessão de avaliação do desempenho do CITTAU, após a interrupção para a visita da Directora Geral do IIAM à sala de processamento de arroz e à loja de hortícolas, ficou destacada a Directora Técnica de Formação, Documentação e Transferência de Tecnologias (DFDTT), Doutora Albertina Alage, porquanto a líder transformacional Prof. Doutora Zélia Menete deveria seguir de Boane ao Posto Agronómico de Ricatla (PAR) em Marracuene e depois ao IIAM-Sede na Cidade de Maputo, dando seguimento aos imperativos da agenda de empossamento de novos líderes das sub-Unidades EAU, PAR e USEBA, iniciada hora antes na primeira, ou seja na Estação Agrária de Umbeluzi.

Em nome da DG do IIAM, a DT da DFDTT deixou mais recomendações de seguimento ao CITTAU, entre elas: (i) convidar investigadores seniores para o esclarecimento dos procedimentos a seguir até à libertação de uma variedade; (ii) desenhar protocolos e cumprir todas as etapas relacionadas à montagem de ensaios de avaliação de variedades, devendo ser envolvidos os investigadores dos programas nacionais de cada cultura a nível do IIAM; (iii) elaborar planos de trabalho conjuntos entre as duas partes (moçambicana e chinesa), incluindo orçamentos e a respectiva fonte de financiamento, submetendo-os à aprovação prévia do Comitê de Coordenação do CITTAU.

Recorde-se que o Centro de Investigação e Transferência de Tecnologias Agrárias de Umbeluzi (CITTAU) é uma sub-Unidade do IIAM que funciona nos termos de um Memorando de Entendimento no qual a empresa Lianfeng Overseas Agricultural Co., Ltd representa a parte externa chinesa. A gestão do CITTAU ao nível do IIAM é enquadrada na Direcção de Formação, Documentação e Transferência de Tecnologias. (Roseiro Mário Moreira, com anotações de Vasconcelos Cumbe).

PARA TRÊS SUB-UNIDADES:DIRECTORA GERAL DO IIAM EMPOSSA NOVAS LIDERANÇAS!

Três Sub-Unidades do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) contam formal e efectivamente desde esta terça-feira, 28 de Maio de 2024, com novas lideranças para o seguimento dos objectivos da instituição. Trata-se da Estação Agrária de Umbeluzi (EAU), do Posto Agronómico de Ricatla (PAR) e da Unidade de Semente Básica (USEBA) que passam a ser lideradas por três destacados quadros pela causa de produção de conhecimento científico e soluções tecnológicas. São eles, pela sua ordem de tomada de posse: Doutora Stella Esmeralda da Conceição Nhanala (para Chefe da EAU), Mestre Atumane Nuro (para Chefe do PAR), e Mestre Klinarda Bernardo Viandro (para Chefe da USEBA).

Espera-se destes quadros um cada vez maior e mais incisivo empenho para o alcance de resultados e a sua consequente disseminação e disponibilização aos produtores dos sectores familiar e empresarial de todo o país, segundo a cada um deixou ficar a Directora Geral do IIAM, Professora Doutora Maria Zélia Lopes Menete, que os empossou em solenidades diferentes ao abrigo de competentes Despachos de Nomeação por si exarados a 10 de Abril de 2024. “Eu, Stella Esmeralda da Conceição Nhanala, juro por minha honra servir fielmente o Estado e a Pátria moçambicana, e dedicar todas as minhas energias ao serviço do povo moçambicano no exercício das funções e tarefas que me são confiadas (…)“ – com estas palavras, que seriam depois sucessiva e ritualmente pronunciadas por Atumane Nuro e Klinarda Viandro, cada empossado logrou entregar-se ao chamamento da Pátria, deixando de lado todos os seus sonhos individuais e abraçando sem receios nem barreiras os desígnios institucionais do IIAM.

A primeira cerimónia de tomada de posse decorreu ao dealbar do dia laboral, na Estação Agrária de Umbeluzi (EAU), tendo a Directora Geral do IIAM sido acompanhada pelo Director Técnico de Planificação, Administração e Finanças (DPAF), dr. Júlio Manjate e pela Directora Técnica de Formação, Documentação e Transferência de Tecnologias, Doutora Albertina Alage. Durante a cerimónia, o Mestre Atumane Nuro, transferindo as funções à sua sucessora enfatizou o compromisso com a excelência e o desenvolvimento contínuo da equipa da EAU no novo capítulo de liderança que se inicia, conforme refere a Engenheira Anacleta Mugabe, a quem coube o papel de apoio à comunicação naquela solenidade. A nossa colaboradora adianta que “por seu turno, a ora empossada Doutora Stella Nhanala ressaltou a prossecução da visão e dos objectivos da instituição” destacando e chamando à colação “a importância da colaboração e do compromisso de todos para o alcance das metas estabelecidas” em cada fase do desenvolvimento da investigação agrária levada a cabo pelo IIAM e seus parceiros em prol da agricultura em geral.

Já na segunda cerimónia, no Posto Agronómico de Ricatla, o Engenheiro José Lopes Malevo, antecessor do empossado, que passa a reforma após mais de 35 anos de serviço ao Estado Moçambicano, agradeceu por todo o apoio que foi recebendo ao longo do exercício da sua liderança e exortou a todos a “trabalharem como se fossem gémeos, pois não há trabalho da Directora Geral ou do Chefe do Posto Agronómico e trabalho dos outros quadros. Mas sim, há trabalhos de todos”, entre líderes e colaboradores como uma equipa em permanente coordenação e interdependência. A Directora Geral do IIAM ligou a transferência para Ricatla do Mestre em Fitotecnia com especialidade em fruteiras, Atumane Nuro, ao facto de “querermos transformar este local, conseguirmos melhor colaboração entre este Posto e o Centro de Investigação Florestal (CIF), e comercializarmos aquilo que produzimos, aquilo que tem saída, diversificando conforme a demanda do mercado e capitalizando o diferencial deste”. Para além de estimular a produção e comercialização de mudas de plantas o novo timoneiro do Posto Agronómico de Ricatla, recebeu da Directora Geral do IIAM como outros desafios em sintonia com o CIF: a realização de cursos de curta duração sobre enxertia, a atracção de parcerias público-privado, e a elaboração de publicações sobre as plantas, quer sejam fruteiras, madeireiras ou ornamentais.

Na terceira e última cerimónia de 28 de Maio de 2024, já no IIAM-Sede, a empossada Klinarda Viandro agradeceu à Directora Geral do IIAM pela confiança que nela deposita e reiterou empenhar-se para fazer valer o postulado nos termos da sua tomada de posse, jurando por sua honra servir fielmente o país, dedicando-se totalmente ao serviço dos moçambicanos enquanto Chefe da Unidade de Semente Básica (USEBA). A Mestre em Melhoramento de Plantas Klinarda Viandro assegurou que levará em frente o trabalho iniciado pelos seus antecessores seguindo os seus ensinamentos, as suas experiências e contando com toda a riqueza intelectual dos quadros de que a Unidade dispõe bem assim o suporte e a mentoria permanentes da liderança geral do IIAM. Na circunstância, a líder transformacional do IIAM, Zélia Menete, apontou a transformação da USEBA como uma acção em curso e que deve ser continuada para que as recomendações da Reunião Nacional dos Actores da Cadeia de Sementes sejam implementadas, com destaque para a assinatura de contractos com as empresas de sementes, as questões de observância dos direitos de propriedade intelectual e a viabilização da comercialização de sementes com retornos financeiros para o reinvestimento na investigação agrária.

As três cerimónias foram concluídas com um sentimento de optimismo e entusiasmo, com todos os que se fizeram presentes em Umbeluzi (Boane), Ricatla (Marracuene) e no IIAM – Sede (Cidade de Maputo) expressando expectativas positivas para cada nova gestão espelhada nos briosos quadros a quem a Professora Doutora Zélia Menete confiou, enquanto Directora Geral aglutinadora de sinergias para uma permanente corrida pelo alcance de resultados palpáveis, dissemináveis e adoptáveis como soluções tecnológicas para o desenvolvimento do agro-negócio e o combate à insegurança alimentar e nutricional. (Roseiro Mário Moreira e Anacleta Benedito Mugabe).

Em todas Regiões e Unidades Experimentais: IIAM INTERAGE COM 2000 VISITANTES!

Num único dia (quarta-feira, 22 de Maio de 2024), através de um evento participativo de partilha de conhecimentos e transferência de tecnologias, denominado por “Dia Aberto”, o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) interagiu com pouco mais de 2000 pessoas, entre governantes, visitantes em geral, parceiros (empresas e ONGs), estudantes e expositores. O evento, caracterizado pela exposição ao ar livre, campo e laboratório daquilo que se faz no dia-a-dia do IIAM, decorreu em simultâneo na Sede da instituição (Cidade de Maputo), nos 4 centros regionais e em todas as suas Unidades Experimentais espalhadas pelos Centros Zonais Sul, Centro, Nordeste e Noroeste que compreendem Estações, Postos, Laboratórios e Centros visando garantir o melhor conhecimento da actividade de investigação que é realizada pelo IIAM e exposição dos resultados da pesquisa agrária.

Entre os dois milhares de pessoas que acorreram ao Primeiro Dia Aberto do IIAM, em todo o país, pontificam dirigentes do Estado e do Governo desde o nível autárquico, distrital e provincial. O Centro Provincial de Formação Agrária de Maniquinique (CPFAM), por exemplo, foi agraciado pela Governadora da Província de Gaza, Margarida Mapanzene; o Posto Agronómico de Nampula (PAN), recebeu o Secretário de Estado da Província de Nampula, Jaime Neto; a Estação Agrária de Guruè (EAG) foi visitada pela Administradora de Guruè, Maria Fortes Xavier da Barca; o Centro de Investigação Florestal (CIF) teve o Administrador do Distrito Marracuene, Guilion Michila; a Estação Agrária de Umbeluzi (EAU) foi honrada pela Presidente do Conselho Autárquico da Vila de Boane, Geraldina Uchavo; enquanto o IIAM – Sede foi agraciado por Hélio das Neves, em representação do Secretário de Estado da Cidade de Maputo, entre outras individualidades.

Falando num balanço à imprensa, que também se fez ao Dia Aberto do IIAM, em Nampula, Jaime Neto recomendou que “os produtores aproveitem ao máximo o potencial que a investigação tem, utilizando semente melhorada” e acrescentou: “se apostarem, de facto, nos resultados das investigações que são feitas neste instituto, vamos certamente produzir muito”, pois “em termos de investigação, estamos preparados, como se viu!” Ao Governo e a todos os intervenientes na cadeia de valor da investigação agrária, o Secretário de Estado de Nampula exortou que canalizem apoio ao IIAM, para viabilizar a continuidade das suas acções: “o próprio Governo também tem que se interessar bastante neste campo da investigação, libertando mais fundos para que eles possam realizar o seu trabalho”.

Os produtores e alunos, esses, acharam o Dia Aberto da Investigação Agrária uma experiência muito importante porquanto há muita coisa que puderam apreciar e aprender durante a interacção directa com os pesquisadores de diferentes áreas que perfazem o IIAM. Já os donos da casa, pelos 4 Centros Zonais que a compõem, consideram ter sido uma oportunidade ímpar de elevação do termómetro do quanto a sua actividade é percebida, valorizada e assumida como necessária no contexto da dinâmica sócio-económica do desenvolvimento do país.

A Directora Geral do IIAM, Prof. Doutora Zélia Menete orientou, dia seguinte (23.05.24), uma sessão híbrida (presencial e virtual) de balanço desse Primeiro Dia Aberto 2024, com todos os Directores Técnicos, Delegados dos Centros Zonais, Chefes de Departamento e alguns quadros seniores da instituição. Para todos os intervenientes foi um momento inigualável, carregado de transbordante sucesso, necessariamente replicável. É assim que para além das comemorações do Aniversário do IIAM a 27 de Outubro, o Dia Aberto da Investigação Agrária, este ano realizado a 22 de Maio, passa a ser um evento regular a ser institucionalizado no IIAM tendo sido sugerido o aumento da sua duração de 1 para pelo menos 2 dias, mantendo-se porém a simultaneidade da sua realização em todas as Unidades Experimentais, pois só dessa forma é que cada pequena, média ou grande unidade se pode afirmar e inserir na comunidade que a rodeia, permitindo que efectivamente os resultados da actividade da investigação agrária sejam conhecidos pelos seus utilizadores e pelo governo e parceiros . (Roseiro Mário Moreira, com fotos de Marcos Niuaia, Juvêncio dos Santos e Arquivos dos CZs).

Jornalistas de diversos órgãos de comunicação social foram capacitados, em Chomoio, na província de Manica, em matéria de biotecnologia agrária

A capacitação visa a consciencialização dos profissionais de comunicação social sobre a importância do uso de biotecnologia agrária na redução do impacto das mudanças climáticas, é promovida pelo Instituto de investigação Agrária de Moçambique em parceria com a AATF.

Durante dois dias, os jornalistas dotaram de ferramentas relacionadas com o desenvolvimento e promoção da biotecnologia agraria, com vista a fazer face aos desafios do sector agrário.

No descurso de abertura O delegado do Centro Zonal Centro Dr. Carlos Quembo, desejou boas vindas a todos e falou sobre a importância do evento, principalmente ao que concerne a matéria que seria abordada, sobre a biotecnologia, com o principal foco, em organismos geneticamente modificados. O Delegado disse ainda que depois da todos os capacitação todos os participantes sairão preparados de modo a permitir que consigam difundir informações claras e certas ao abordar assuntos relacionados com a matéria sobre organismos geneticamente modificados e transgénicos.

A fonte pretende que até ao fim da capacitação os participantes abordem inovações tecnológicas, segurança alimentar com o objectivo de reduzir a desinformação sobre biotecnologia agrária.

O Seminário que arrancou esta terça-feira na cidade de Chimoio, também visa consciencializar os jornalistas sobre a existência da plataforma informativa, OFAB, que reúne partes interessadas no campo da biotecnologia e o público em geral.

Terminando a capacitação, a Directora Geral do IIAM, a Dra. Zélia Menete, disse na conferência de impressa com os jornalistas que além do melhoramento usando variedades de polinização aberta e outras variedades, também o IIAM está a fazer uma investigação nos últimos 16 anos para inculcar nas variedades uma resistência a pragas e doenças. A DG disse ainda que ao em vez do agricultor ter que aplicar seis a sete vezes insecticidas que é muito caro e tem seu impacto no ambiente, também pode usar sementes geneticamente modificadas que vai ser menos atacados por pragas e doenças e os estudos mostram que podemos conseguir melhorar o rendimento em 30 a 40%.

IIAM AVALIA PRESTAÇÃO E REFINA ESTRATÉGIAS ESTRUTURANTES! 

O Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) realizou, nesta quinta-feira, 25 de Abril, a Reunião Ordinária do seu Conselho Técnico-Científico, como parte das reuniões periódicas dos seus órgãos estruturantes e de assessoria, visando melhor planificação e monitoria das suas actividades. O Conselho Técnico-Científico do IIAM (CTC-IIAM) é um órgão de assessoria ao Conselho de Direcção sobre matérias de carácter técnico-científico no âmbito das atribuições da instituição. Ao Conselho Técnico-Científico do IIAM cabem, entre outras, as competências de: a) pronunciar-se sobre os aspectos técnicos e científicos dos programas de investigação; b) recomendar as prioridades de formação e capacitação dos funcionários; c) apreciar os relatórios de actividades dos programas de investigação agrária para apresentação às entidades competentes; bem assim d) avaliar os resultados alcançados e os projectos no desenvolvimento económico e social.

A reunião do CTC-IIAM 2024 decorreu na Sede da instituição, em Maputo, com o objectivo geral de partilhar os novos documentos estratégicos e estatutários que aguardam aprovação do Conselho Consultivo do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), que tutela o IIAM. Entre os referidos documentos destacam-se o Plano Estratégico do IIAM 2024-2034 e o Estatuto Orgânico do IIAM que avançam profundas mudanças estruturantes para adequar a instituição às mudanças operadas no ambiente organizacional do sector agrário ao longo dos últimos 10 anos.

O evento serviu igualmente para passar em revista as principais realizações do IIAM 2023/24 e a matriz de seguimento da última Reunião de Sementes. Uma das questões importantes sobre as sementes é que o IIAM projecta trabalhar com as empresas de sementes com base em contratos que se traduzam em ganhos mutuamente vantajosos a partir da semente libertada pela instituição.

Foram ainda partilhados os pontos de situação sobre os projectos TELA e OFAB relativos à testagem e advocacia sobre biotecnologia moderna com ênfase nos Organismos Geneticamente Modificados (OGM). Neste ponto, o Conselho Técnico-Científico do IIAM foi unânime, incluindo os membros convidados de outras instituições estatutariamente previstas, em afirmar já ter chegado a altura para o país usufruir dos resultados da testagem de milho geneticamente modificado, que perdura há pouco mais de 15 anos. Argumentaram os intervenientes ao debate sobre a matéria, que o consumo consciente ou não de produtos alimentares importados, contendo organismos geneticamente modificados, é uma realidade presente em Moçambique, pelo que seria muito mais prático ultrapassar os entraves burocráticos e avançar-se à libertação ao ambiente e comercialização do produto testado por cientistas agrários do país.

A reunião que decorreu das 9:00 às 13h00, de forma híbrida, foi orientada pela Directora Geral do IIAM, Professora Doutora Zélia Menete, na sua qualidade de Presidente do Conselho Técnico Científico. Revigorando sinergias, o momento serviu para enfatizar a necessidade de formação de mais quadros até ao nível de Doutoramento, tendo porém o cuidado de se fazer uma selecção criteriosa das universidades para onde serão enviados os doutorandos, e de se implantar um programa de mentoria para a sua melhor inserção nas actividades relevantes da instituição.

A esse propósito, a Directora Geral do IIAM e Presidente do respectivo Conselho Técnico-Científico repisaria que se deverá olhar para a componente de género potenciando a questão do desenvolvimento de uma massa crítica de mulheres cientistas na investigação agrária. Para a líder de investigação agrária pública, um programa de mentoria quer dizer também que as mulheres cientistas deverão abraçar certas acções e posições para se tornarem referências que possam influenciar mais mulheres, a se interessarem por áreas diversas das ciências, particularmente as da investigação agrária. (Roseiro Moreira, com fotos de Juvêncio dos Santos/IIAM).

LIMPOPO BENEFICIA DE MAIS DE UMA TONELADA DE RAMA DE BATATA-DOCE DE CICLO CURTO! 

Perfazendo 50 beneficiários, 40 produtores e 10 extensionistas do distrito de Limpopo, província de Gaza, receberam um total de 1 tonelada e 100 quilogramas de rama de batata-doce de polpa alaranjada e roxa cujo ciclo produtivo reduz significativamente para metade, passando de 8 para 3 a 5 meses. O acto marca o corolário de diversas acções de pesquisa e transferência de tecnologias levadas a cabo pelo Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM). Com efeito, acrescendo-se à meia tonelada que já tinha sido entregue anteriormente foi no âmbito de um treinamento em Boas Práticas de Produção de Batata-doce, havido a 12 de Abril, que os referidos produtores e extensionistas receberam mais 600 quilogramas de rama de batata-doce. O projecto de implementação das actividades de transferência de tecnologia e disseminação das variedades melhoradas de batata-doce é coordenado no IIAM, pelo Eng. António Taula, Investigador Assistente e Chefe do Programa de Batata-doce.

O Chefe do Posto Administrativo de Chissano, Jossefa Macamo, representou o Administrador Distrital no evento, concretamente realizado na localidade  de Chichotane, envolvendo produtores provenientes de associações e produtores independentes ao nível do distrito de Limpopo. Jossefa Macamo considerou de oportuna e importante a iniciativa do IIAM levar o conhecimento agrário e as respectivas tecnologias palpáveis aos produtores de todo o distrito de Limpopo. Dirigindo-se aos beneficiários, exortou-os a serem um exemplo de sucesso na adopção e multiplicação local das variedades de batata-doce de polpa alaranjada e roxa.

Na ocasião em campo firme, os facilitadores  do IIAM, designadamente Eng. Carlos Filimone, Eng. Milton Tovele, Dra. Stella Nhanala e Germano Manuel (Técnico de campo) demostraram como se faz a preparação do solo e o plantio da rama de batata-doce, tendo deixado recomendações específicas sobre o maneio da cultura visando a obtenção dos seus potenciais rendimentos. Para efeitos de multiplicação rápida, e posterior distribuição aos produtores associados, cada associação recebeu 100 kg de rama. Por seu turno, os produtores independentes, ali presentes, receberam 7,5 kg de rama sob a igual recomendação de fazerem uma multiplicação rápida para que se responda à demanda localmente. Com a semente básica de batata-doce de que os produtores se beneficiaram, espera-se cobrir uma área total de 3 ha (três hectares) de campo de multiplicação no distrito de Limpopo, tornando-o num dos polos de desenvolvimento das variedades daquela raíz tuberosa alimentar na província de Gaza, onde se espera que o projecto cubra ainda os distritos de Chibuto e Guijá.

A promoção do cultivo das variedades melhoradas de batata-doce de polpa alaranjada e roxa, desenvolvidas pelo IIAM, tem estado no centro das atenções do Programa Nacional da Batata, que em parceria com o CIP, já desenvolveu e libertou variedades de batata-doce, tolerantes às adversidades climáticas, com menor tempo de maturação da cultura e altamente produtivas. Bastante nutritivas, as variedades de polpa alaranjada (Ken) são ricas em betacaroteno (vitamina A) enquanto as de polpa roxa (Olga) o são em antioxidantes. São essas variedades que vão sendo disponibilizadas aos produtores como forma de promover as boas práticas de multiplicação e conservação da rama de batata-doce ao nível local. Espera-se, com todo esse processo, garantir a sustentabilidade e massificar o consumo de variedades de batata-doce com valor nutritivo acrescido. Recorde-se que o IIAM em parceria com o CIP libertou até ao presente 27 variedades de batata-doce de polpa alaranjada e roxa, tendo saído as primeiras 15 variedades de polpa alaranjada em 2011, seguidas de 7 variedades de polpa alaranjada e roxa em 2016 e 5 variedades de polpa alaranjada e roxa em 2020.

No tocante à aceitação e adopção da cultura de batata-doce no distrito do Limpopo, é reveladora de facilidade de inserção uma afirmação dos produtores e extensionistas daquele ponto do país, segundo a qual “uma das culturas com maior aceitação quer para produção assim como para consumo é a batata-doce”. As variedades libertadas pelo IIAM, mais concretamente as distribuídas  no âmbito do treinamento realizado no  distrito de Limpopo, tendo um ciclo curto que varia de 3 a 5 meses respondem à grande limitação do acesso à variedades melhoradas que não lhes levem muito tempo até à colheita superando as variedades locais, cujo período de desenvolvimento desde o plantio até à colheita dura até 8 meses, e com baixo rendimento.

A formação de produtores e extensionistas sedimentada com a disponibilização de 1 tonelada e 100 quilogramas de ramas de batata-doce no distrito de Limpopo enquadra-se na implementação do Projecto de Tecnologias para a Transformação Agrícola Africana Fase II (TAAT II) que conta com o apoio do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) através do Instituto Internacional de Agricultura Tropical (IITA). Para além do distrito de Limpopo, que acolheu o arranque das actividades de transferência de tecnologia e disseminação das variedades melhoradas de batata-doce libertadas pelo IIAM, estas irão ainda abranger os distritos de Guijá e Chibuto (na província de Gaza), fechando com Moamba, Magude, Marracuene, e Matutuine (na província de Maputo). A cobertura prevista de beneficiários é de 7600 produtores e extensionistas nas duas províncias-alvo desta fase. (Roseiro Moreira e António Taula, com fotos de Gabriel Matsinhe/IIAM).