Investigação Oceanográfica e Agrária Buscam Soluções Tecnológicas para o Desenvolvimento
Reunidas ao princípio de quinta-feira (1 de Fevereiro), as instituições moçambicanas de investigação oceanográfica e agrária, respectivamente, o Instituto Oceanográfico de Moçambique (InOM) e o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) marcaram passos decisivos para a materialização de uma parceria que as conduza de forma célere e incisiva a deixarem melhores e mais reconhecidas marcas da sua existência como organizações públicas de produção de conhecimentos e soluções tecnológicas para o desenvolvimento do país.
As duas Catedrais de investigação científica e transferência de tecnologias socorrem-se das suas atribuições e competências, que afinal se complementam ou precisam uma da outra em determinadas áreas ora identificadas no histórico encontro pela investigação agrário-oceanográfica desta segunda-feira. A título de exemplo de complementaridade ou sucedaneidade do InOM e do IIAM, o Director Geral da primeira referiu que “a grande viabilidade do peixe em cativeiro advém da ração e dos produtos agrários cuja cadeia de produção tem génese no IIAM”. Atendo-se à riqueza do peixe em proteina, sem discurar os feijões e o ovo, o Director Geral do InOM vincou que “nós temos que trazer as soluções de proteina animal para desafiarmos e revertermos maior parte dos problemas de desnutrição”.
Mas a ração para o peixe é caríssima tal como o é para o frango. Entretanto, consta de estudos e experiências que há uma série de produtos da agricultura considerados viáveis para a alimentação do peixe, embora isso possa levantar um conflito com as necessidades dos mesmos produtos para a alimentação humana. Ainda assim, “nós como institutos de Investigação temos liberdade de sonhar (…) e encontrar formas de resolver questões prementes como esta.”
Para os Directores Gerais do InOM e do IIAM, importa de hora em diante conjugar acções concretas que viabilizem a sua iniciativa, daí a razão do seu encontro madrugador no primeiro dia de Fevereiro, acompanhados por seus quadros de direcção ou relevância temática para o arranque que se pretende com a dinâmica e celeridade necessárias. O sucesso da iniciativa dos Directores Gerais do InOM, Prof. Doutor António Hoguane, e do IIAM, Prof. Doutora Zélia Menete, garante-se pelo seu potencial fixo de parceria acrescido de um capital humano com elevada experiência, boa parte do qual com nível de Mestrado em áreas nucleares de pesquisa, estando em seguimento a formação de uma outra fasquia de quadros para aprimorar a sua qualidade e aumentar a disponibilidade de Doutorados para melhor servirem a investigação oceanográfica e agrária no país. Aliás, segundo a Directora Geral do IIAM, é destes quadros das duas instituições que se espera que carreguem a iniciativa para os seus projectos de Mestrado e Doutoramento viabilizando-a e trazendo recursos para a sua implementação em ligação com as Universidades em que se encontrem a prosseguir a sua formação académica.
Fazendo maior jus à ideia de parcerias inter-institucionais como esta que doravante se materializa, num outro desenvolvimento do amigavelmente acalorado encontro, a Prof. Doutora Zélia Menete retomou um pronunciamento que a tem sido peculiar e tem revigorado a esperança dos quadros: ” para melhorar a vida dos investigadores temos que ser capazes de falar em rede, pois o investigador é sempre investigador em qualquer área que seja”. A unidade perante desafios é vista pela líder do IIAM como algo fundamental para o sucesso: “se nos unirmos, temos preocupações similares sobre as quais podemos juntos buscar soluções”, ajuntou Zélia Menete precedendo o fecho de uma produtiva reunião de trabalho com igualmente sábias palavras proferidas pelo seu homólogo do Instituto Oceanográfico de Moçambique: “fazer das duas instituições uma mesma, na qual os cientistas transcendem as barreiras institucionais”. (Roseiro Mário Moreira/IIAM-DDIC).