LIMPOPO BENEFICIA DE MAIS DE UMA TONELADA DE RAMA DE BATATA-DOCE DE CICLO CURTO! 

Published by gerson changula on

Perfazendo 50 beneficiários, 40 produtores e 10 extensionistas do distrito de Limpopo, província de Gaza, receberam um total de 1 tonelada e 100 quilogramas de rama de batata-doce de polpa alaranjada e roxa cujo ciclo produtivo reduz significativamente para metade, passando de 8 para 3 a 5 meses. O acto marca o corolário de diversas acções de pesquisa e transferência de tecnologias levadas a cabo pelo Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM). Com efeito, acrescendo-se à meia tonelada que já tinha sido entregue anteriormente foi no âmbito de um treinamento em Boas Práticas de Produção de Batata-doce, havido a 12 de Abril, que os referidos produtores e extensionistas receberam mais 600 quilogramas de rama de batata-doce. O projecto de implementação das actividades de transferência de tecnologia e disseminação das variedades melhoradas de batata-doce é coordenado no IIAM, pelo Eng. António Taula, Investigador Assistente e Chefe do Programa de Batata-doce.

O Chefe do Posto Administrativo de Chissano, Jossefa Macamo, representou o Administrador Distrital no evento, concretamente realizado na localidade  de Chichotane, envolvendo produtores provenientes de associações e produtores independentes ao nível do distrito de Limpopo. Jossefa Macamo considerou de oportuna e importante a iniciativa do IIAM levar o conhecimento agrário e as respectivas tecnologias palpáveis aos produtores de todo o distrito de Limpopo. Dirigindo-se aos beneficiários, exortou-os a serem um exemplo de sucesso na adopção e multiplicação local das variedades de batata-doce de polpa alaranjada e roxa.

Na ocasião em campo firme, os facilitadores  do IIAM, designadamente Eng. Carlos Filimone, Eng. Milton Tovele, Dra. Stella Nhanala e Germano Manuel (Técnico de campo) demostraram como se faz a preparação do solo e o plantio da rama de batata-doce, tendo deixado recomendações específicas sobre o maneio da cultura visando a obtenção dos seus potenciais rendimentos. Para efeitos de multiplicação rápida, e posterior distribuição aos produtores associados, cada associação recebeu 100 kg de rama. Por seu turno, os produtores independentes, ali presentes, receberam 7,5 kg de rama sob a igual recomendação de fazerem uma multiplicação rápida para que se responda à demanda localmente. Com a semente básica de batata-doce de que os produtores se beneficiaram, espera-se cobrir uma área total de 3 ha (três hectares) de campo de multiplicação no distrito de Limpopo, tornando-o num dos polos de desenvolvimento das variedades daquela raíz tuberosa alimentar na província de Gaza, onde se espera que o projecto cubra ainda os distritos de Chibuto e Guijá.

A promoção do cultivo das variedades melhoradas de batata-doce de polpa alaranjada e roxa, desenvolvidas pelo IIAM, tem estado no centro das atenções do Programa Nacional da Batata, que em parceria com o CIP, já desenvolveu e libertou variedades de batata-doce, tolerantes às adversidades climáticas, com menor tempo de maturação da cultura e altamente produtivas. Bastante nutritivas, as variedades de polpa alaranjada (Ken) são ricas em betacaroteno (vitamina A) enquanto as de polpa roxa (Olga) o são em antioxidantes. São essas variedades que vão sendo disponibilizadas aos produtores como forma de promover as boas práticas de multiplicação e conservação da rama de batata-doce ao nível local. Espera-se, com todo esse processo, garantir a sustentabilidade e massificar o consumo de variedades de batata-doce com valor nutritivo acrescido. Recorde-se que o IIAM em parceria com o CIP libertou até ao presente 27 variedades de batata-doce de polpa alaranjada e roxa, tendo saído as primeiras 15 variedades de polpa alaranjada em 2011, seguidas de 7 variedades de polpa alaranjada e roxa em 2016 e 5 variedades de polpa alaranjada e roxa em 2020.

No tocante à aceitação e adopção da cultura de batata-doce no distrito do Limpopo, é reveladora de facilidade de inserção uma afirmação dos produtores e extensionistas daquele ponto do país, segundo a qual “uma das culturas com maior aceitação quer para produção assim como para consumo é a batata-doce”. As variedades libertadas pelo IIAM, mais concretamente as distribuídas  no âmbito do treinamento realizado no  distrito de Limpopo, tendo um ciclo curto que varia de 3 a 5 meses respondem à grande limitação do acesso à variedades melhoradas que não lhes levem muito tempo até à colheita superando as variedades locais, cujo período de desenvolvimento desde o plantio até à colheita dura até 8 meses, e com baixo rendimento.

A formação de produtores e extensionistas sedimentada com a disponibilização de 1 tonelada e 100 quilogramas de ramas de batata-doce no distrito de Limpopo enquadra-se na implementação do Projecto de Tecnologias para a Transformação Agrícola Africana Fase II (TAAT II) que conta com o apoio do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) através do Instituto Internacional de Agricultura Tropical (IITA). Para além do distrito de Limpopo, que acolheu o arranque das actividades de transferência de tecnologia e disseminação das variedades melhoradas de batata-doce libertadas pelo IIAM, estas irão ainda abranger os distritos de Guijá e Chibuto (na província de Gaza), fechando com Moamba, Magude, Marracuene, e Matutuine (na província de Maputo). A cobertura prevista de beneficiários é de 7600 produtores e extensionistas nas duas províncias-alvo desta fase. (Roseiro Moreira e António Taula, com fotos de Gabriel Matsinhe/IIAM).

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