Investigadores e jornalistas reforçam parceria para divulgar a Biotecnologia Agrária na imprensa moçambicana

Published by gerson changula on

Por: Gabriel Matsinhe, Rousseau Bila revisão  Sónia Nhantumbo e Alice Cambula

Fotos Gabriel Matsinhe e Juvêncio dos Santos

Na última semana, o Fórum Aberto para Biotecnologia Agrária (OFAB-Moçambique) realizou, em Maputo, o Media Café, um evento que reuniu investigadores e profissionais da comunicação para discutir estratégias de divulgação científica, com foco na Biotecnologia Agrária. O encontro decorreu na sede do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) e teve como objetivo principal aproximar a ciência da sociedade, através de uma comunicação mais eficaz nos meios de comunicação nacionais.

Com a presença de 24 participantes, entre especialistas do setor agraria, técnicos do IIAM, membros do Comité de Programação do OFAB, jornalistas de vários órgãos de comunicação, vencedores do Prémio OFAB 2024, e representantes do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), o evento promoveu um diálogo rico sobre os desafios e oportunidades da comunicação em biotecnologia.

Durante a abertura, o Eng. Carlos Filimone, em representação da Direção de Formação, Documentação e Transferência de Tecnologias, deu as boas-vindas aos participantes e destacou a importância da iniciativa como uma ponte entre os centros de pesquisa e os canais de comunicação.

A Dra. Alice Cambula, representante do OFAB-Moçambique, destacou que a advocacia pela biotecnologia moderna tem como missão promover a consciencialização sobre os benefícios dessa tecnologia para o desenvolvimento da agricultura em África, com base em evidências científicas. Cambula também relembrou o compromisso de Moçambique com a biotecnologia, evidenciado pela ratificação do Protocolo de Cartagena, pela criação do Grupo Interinstitucional de Biossegurança (GIIBS) e pelos avanços em ensaios com milho tolerante à seca.

Experiências que inspiram

O investigador Dr. Pedro Chauque compartilhou suas experiências no desenvolvimento de variedades de milho resistentes a pragas e à escassez de água, explicando como a biotecnologia tem sido uma aliada crucial na adaptação às mudanças climáticas.

Já a Dra. Sónia Nhantumbo, responsável pela comunicação do OFAB-Moçambique, apresentou o Prémio Anual de Media OFAB, que reconhece jornalistas que se destacam na cobertura de matérias sobre biotecnologia agrária em rádio, TV e imprensa escrita. Ela anunciou que a 3ª edição do concurso será lançada em breve, incentivando os profissionais a concorrerem com conteúdos de qualidade que ajudem a informar e educar o público.

Histórias que marcam

O jornalista Pilatos Pires, vencedor do Prémio OFAB 2024 categoria de Radio, contou sua experiência ao produzir uma reportagem sobre biofertilizantes, desenvolvida com apoio de instituições como a Universidade Eduardo Mondlane e a Agência Nacional de Energia Atómica. A matéria destacou como resíduos animais e vegetais são transformados em fertilizantes orgânicos e biogás — soluções sustentáveis que melhoram o solo, combatem pragas e ainda fornecem energia.

Pires enfatizou que o reconhecimento do seu trabalho reforça o compromisso com o desenvolvimento do país por meio do jornalismo científico.

Mais apoio, mais impacto

Na reta final do encontro, Faruco Sadique Ibraimo, Secretário do SNJ e membro do júri do prémio, elogiou a parceria entre o OFAB e os meios de comunicação, e reconheceu que os concursos trouxeram novas oportunidades para os jornalistas. Ele sugeriu melhorias nos critérios de avaliação e recomendou o fortalecimento da formação para jornalistas, especialmente nas rádios comunitárias, para ampliar a disseminação de informações científicas.

Caminhos abertos para o futuro

O evento concluiu com o compromisso dos investigadores em abrir mais espaços para a comunicação científica e colaborar com os media para garantir que os avanços da biotecnologia agrária cheguem a todos os moçambicanos.

Palavras finais de incentivo

No encerramento do evento, Carlos Filimone destacou a importância de manter viva a colaboração entre os investigadores e os profissionais da comunicação. “A Biotecnologia Agrária tem muito a oferecer ao país, mas o seu impacto só será sentido se conseguirmos traduzi-la em linguagem acessível para todos os moçambicanos. A comunicação é tão essencial quanto a pesquisa,” afirmou. Filimone reforçou ainda o compromisso do IIAM em continuar a apoiar iniciativas como o Media Café, que contribuem para uma agricultura mais resiliente, informada e inclusiva

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