
Noticia
IIAM capacita editores dos órgãos de comunicação em mateira de biotecnologia Moderna e resultados da pesquisa do milho
Por Rousseau Bila e Gabriel Matsinhe
O Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) organizou um seminário focado nos avanços da Biotecnologia Agrária e nos mais recentes resultados da pesquisa científica do Milho, um dos principais cultivos do país. O evento, realizado em Maputo, contou com a presença de 20 participantes, incluindo investigadores, técnicos, especialistas do IIAM e editores de meios de comunicação social públicos e privados que eram o foco desta formação.
A Dra. Alsácia Atanásio, Directora do Centro Nacional de Biotecnologia e Biociências (CNBB), destacou o papel da Biotecnologia Agrária Moderna no uso de técnicas de biologia molecular para melhorar a agricultura, aumentando a produtividade e combatendo desafios como pragas e doenças de plantas. Ela explicou que, por meio de técnicas como genética transgénica e marcadores moleculares, é possível desenvolver culturas mais resistentes e adaptadas a condições climáticas adversas. A biotecnologia também ajuda na produção de sementes de alto rendimento e maior valor nutricional, promovendo uma agricultura mais sustentável. A especialista ressaltou a importância de seguir as normas de biossegurança e as regulamentações internacionais, como o Protocolo de Cartagena, para garantir a segurança e a sustentabilidade do uso de OGMs.
O Dr. Pedro Fato, investigador Sénior do Programa do Milho do IIAM, abordou a importância do milho na agricultura de Moçambique e os desafios enfrentados pelos produtores, como a seca e pragas. Ele explicou o processo de pesquisa e desenvolvimento das variedades de milho geneticamente modificadas, ressaltando que os testes realizados em diferentes localidades, como Chókwè e Umbeluzi, mostraram que essas variedades têm maior resistência a insectos e um desempenho superior em relação ao milho convencional. O investigador destacou a importância de continuar a pesquisa e obter as autorizações necessárias para a liberação das variedades para o ambiente e para a comercialização.
Por fim, a Dra. Albertina Alage, Coordenadora do Projecto OFAB-Moçambique, falou sobre a importância de aumentar a conscientização e a divulgação dos benefícios da biotecnologia agrícola. Ela ressaltou a contribuição do Fórum Africano de Biotecnologia (OFAB) na criação de um ambiente favorável à adopção da biotecnologia em África, além de destacar os avanços no processo de comercialização dos OGMs no país.
O seminário terminou com um consenso entre os participantes de que os resultados apresentados têm um grande potencial para criar um impacto positivo nos resultados alcanços pela investigação em Moçambique, incentivando políticas públicas que promovam o uso de novas tecnologias no campo. O evento também reforçou a importância de envolver os jornalistas, especialmente as mulheres, na divulgação de informações científicas sobre biotecnologia agrária em Moçambique.


Noticia
BIOTECNOLOGIA: Directora do IIAM reconhecida no Quénia
A DIRECTORA do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), Zélia Menete, é campeã do Fórum Aberto de Biotecnologia Agrária (OFAB) pelo contributo que tem dado em prol da segurança alimentar, nutrição e resiliência climática no país.
O reconhecimento foi feito ontem na cidade de Mombaça, em Quénia, durante a quarta cerimónia do dia de celebração da OFAB, um programa promovido pela Fundação Africana de Tecnologia Agrícola(AATF).
A par de Zélia Menete, de Moçambique, foram galardoados Omar Shajak, campeão da Tanzania; Oumar Traoré, do Burkina Faso; Fátima Omar, do Quénia; Francoise Uwumukiza, do Ruanda; Wisdom Changadeya, do Malawi; Mumuni Abudulai, do Ghana; Usman Abubakar, da Nigéria; e Diriba Geleti, da Etiópia.

Noticia
IIAM realiza com sucesso a primeira edição dos Cursos de Horticultura, Fruticultura e Boas Práticas de Maneio de Suínos
No mês de Setembro de 2024, o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), por meio da Direcção de Formação, Documentação e Transferência de Tecnologias (DFDTT), encerrou a primeira fase do Curso Intensivo de Horticultura. O curso foi realizado nas instalações do Centro de Investigação e Transferência de Tecnologias Agrárias de Umbeluzi (CITTAU) e na Estação Agrária de Umbeluzi (EAU), com objectivo de transmitir conhecimentos específicos sobre horticultura, fruticultura e maneio de suínos.
O primeiro curso de horticultura, visou dotar os participantes de competências, incluindo conhecimentos e habilidades sobre horticultura, com foco na produção de mudas utilizando substrato, compostagem, uso de faixas de culturas ou culturas de cobertura do solo (mulching), adubos verdes e estratégias alternativas para o controlo de pragas e doenças.
Com a presença da Dra. Stella Nhanala, Chefe da EAU, e do Dr. José Benevides, Chefe do Departamento de Formação da DFDTT, o curso concentrou-se na cultura do tomate, abordando desde a produção de mudas com substrato até técnicas avançadas de controlo de pragas e doenças.
Durante a formação, o primeiro dia foi dedicado à introdução da cultura do tomate, métodos de propagação, escolha do terreno, preparação do solo, sementeira e rotação de culturas. No segundo dia, foram abordados temas como manejo da cultura, adubação, irrigação, controlo de infestantes, pragas e doenças.
Os participantes demonstraram habilidades técnicas e compreenderam os princípios gerais da produção de hortícolas e das principais culturas comerciais. Durante a parte prática, além de visitar os campos de produção para diagnosticar sintomas e sinais de pragas e doenças, os participantes tiveram a oportunidade de encher bandejas com substrato e realizar a sementeira de tomate, avaliando essa actividade como uma experiência valiosa para produzir suas próprias mudas.
De seguida iníciou o Curso Intensivo de Fruticultura, com a participação de viveiristas e interessados na produção de mudas de fruteiras. Durante esses dias, o treinamento abordou temas essenciais como extração de mangueiras e de citrinos, enxertia, produção de mudas e manejo cultural. O objectivo deste curso foi de dotar os viveiristas, participantes e pessoas interessadas no negócio na produção de mudas de fruteiras usando técnicas melhoradas de produção para aumentar da produção e rendas.
Sob a orientação da equipa formadora liderada pela Engª. Cecília Rute, Chefe do Programa de Fruticultura e com uma calorosa recepção da Dra. Stella Nhanala, Chefe da EAU e Dr. José Benevides, Coordenador e ao mesmo tempo Chefe do Departamento de Formação. Os participantes exploraram vários conteúdos deste curso, desde a Importância alimentar da fruta, características de uma muda de qualidade, Processamento da semente, Métodos de propagação, Enxertia, Garfagem, Alporquia, Mergulhia em seguintes fruteiras comerciais como Manga, Abacate, Citrinos e litch. Foram aprendidas técnicas de produção de mudas bem como estabelecimento de pomar.
Os participantes mostraram-se muito entusiasmados com os conteúdos leccionados, que lhes possibilitaram adquirir habilidades técnicas em extração e produção de sementes, sua conservação e conhecimento sobre a fabricação de mudas usando diversos métodos de enxertia, bem como a implantação dessas mudas em seus pomares. Igualmente, afirmaram que dominarão a protecção contra pragas e doenças. Durante a aula sobre os métodos de propagação o formador destacou da observação cuidadosa da selecção de material para enxertia, pois constitui uma arte que deve ter muita habilidade e foram praticados todos métodos da enxertia.
Os participantes receberam conhecimento e prática de marcação de campo e plantação das mudas tanto de mangueiras como de citrinos.
Os formadores não se esqueceram de transmitir o conhecimento e demonstrar os métodos e técnicas de preparar bem como montar as armadilhas contra a mosca branca nas fruteiras. Descreveram e demonstraram as armadilhas de fabrico caseiro e convencional sublinhando as vantagens e desvantagens, com foco a eficiência e na análise custo e benefício.
O terceiro e último dia do curso de Fruticultura, teve como objectivo transmitir conhecimentos teóricos essenciais e realizar demonstrações práticas no campo de Estação Agrária de Umbeluzi. Este curso, cobriu tópicos fundamentais para o manejo de pomares e fitossanidade.
Os participantes deslocaram-se ao campo para se concentrar na preparação para o estabelecimento de um pomar. As actividades realizadas incluíram: Preparação do Solo e Demarcação do Campo, onde foram abordadas as etapas de lavoura e gradagem, discutindo a importância e a frequência dessas operações. Na sequência, se recomendou a realização de duas lavouras e duas gradagens para solos com alta presença de infestantes e grandes torrões, respectivamente.
Utilizaram-se cordas e estacas para demarcar o campo de acordo com o compasso desejado. As cordas facilitaram o alinhamento preciso, garantindo um espaçamento uniforme entre as plantas, enquanto as estacas marcaram os pontos exatos para o plantio das mudas.
Os participantes realizaram o plantio das mudas de mangueiras. Cada muda foi colocada em um covacho previamente preparado, que recebeu uma camada de matéria orgânica (palha seca), seguida de solo, antes da inserção da planta.
Durante o curso, enfatizou-se a importância do controlo de pragas e doenças, que podem comprometer a qualidade das frutas. A mosca da fruta foi identificada como a praga de maior importância nos pomares. Referiu-se que o controlo desta praga deve ser integrado e incluir o oso de Armadilhas como feromónios para controlo de insectos
No final do curso, os participantes disseram que esta foi uma oportunidade valiosa para todos que desejam aprimorar suas habilidades e contribuir para o desenvolvimento da fruticultura em Moçambique, iniciando novos negócios no País. Os resultados deste projecto de formação fornecerão conhecimentos transferíveis que podem melhorar a renda das famílias e beneficiar outros envolvidos na cadeia de valor das frutas.
E por fim, foi realizado o curso sobre boas práticas de maneio de suínos. O objectivo foi capacitar os formandos com conhecimentos técnicos essenciais, incluindo: Formação de criadores capazes de produzir carne suína de qualidade e peso ideal para abate, e Capacitação na identificação e controlo de doenças, com foco nas endêmicas em Moçambique. As aulas teóricas ocorreram no Centro de Investigação e Transferência de Tecnologias de Umbeluzi (CITTAU), em Boane, e as práticas em duas explorações suinícolas no Distrito Municipal de Ka Tembe.
A Dra. Cornélia Dimande, Chefe do CITTAU, destacou a importância de transferir as tecnologias geradas no IIAM, afirmando que a instituição que dirige está sempre aberto à novas formações. O curso contou com cerca de 10 participantes e foi ministrado pelos facilitadores do IIAM, nomeadamente, Eng. Nilza Bila, Dra. Graça Maibaze e Dr. Domingos Chiconela.Os conteúdos abordados incluíram: Sistemas de Criação de Suínos, Biossegurança, Boas Práticas de Limpeza das Instalações, Maneio Alimentar, Maneio Reprodutivo e Principais Doenças Endêmicas em Moçambique.
Durante as aulas práticas, os participantes aprenderam sobre: activação do pedilúvio, desinfecções, pesagens com balança eletrónica e fita zootécnica, desparasitações profiláticas em bácoros e porcas prenhas, castração em leitões, corte de dentes em leitões, administração de ferro nas crias com 3 dias de vida e tratamento de feridas.



Os formandos demonstraram grande satisfação e interesse na actividade de criação e maneio de suínos. Houve uma interação positiva tanto nas aulas teóricas quanto práticas. Aqueles que já criavam suínos buscaram soluções para suas dificuldades, enquanto os novos criadores se mostraram prontos para aplicar os conhecimentos adquiridos.
Os participantes agradeceram a iniciativa do IIAM em realizar os cursos que julgam ser uma mas valia no aprendizado e formação de técnicos que passarão a olhar para estas áreas com mais dedicação, entrega, conhecimento e visão de negócio.
Por Rousseau Bila, Vasconcelos Cumbe e Gabril Matsinhe


Noticia
Melvis Cossa, investigadora no IIAM, vence o prémio do Segundo Melhor Poster apresentado na 13ª Conferência da Sociedade Africana de Ciências Agronómicas 2024
Teve lugar nas instalações da Universidade Eduardo Mondlane (UEM)- Sede de 16 a 19 de Setembro de 2024, a 13ª Conferência da Sociedade Africana de Ciências Agronómicas. O evento juntou na capital do país, mais de 400 cientistas, inovadores, agricultores, empresários, agroindustriais, educadores e decisores políticos, envolvidos em cadeias de valor relacionada com a agricultura em África.
Durante a conferência foram apresentados os resultados mais recentes da pesquisa em ciências agrárias, inovação tecnológica e discutido o caminho a seguir para alcançar oportunidades de subsistência mais resiliente, melhoria da segurança alimentar e nutricional e crescimento do agronegócio para o desenvolvimento económico e social em África.
A Conferência decorreu sob o lema “Construindo o Futuro de África: Investigação e Inovação Agrícola para a Transformação Agrária, Resiliência e Inclusão” e decorreu em torno de três temas principais: (i) sistemas de produção agrícola para uma produção sustentável economicamente viável e eficiente, desde o plantio até o processamento, comercialização e consumo; (ii) Resiliência para reduzir o impacto das mudanças climáticas dos riscos associados às catástrofes relacionadas ao clima e (iii) Inclusão para a participação das mulheres na agricultura e no mercado.
Um dos momentos mais altos deste evento foi a premiação do melhor poster em termos de layout, impressão, qualidade de imagem e conteúdo, tendo sido a Doutora Melvis Cossa, Investigadora do IIAM, atribuído o prémio de segunda classificada.
Melvis Cossa, ingressou no Instituto de Investigação Agraria de Moçambique (IIAM) em 2007 como estagiária no laboratório de Biotecnologia, no sector de cultura de tecidos, na Direcção de Agronomia e Recursos Naturais (DARN), e foi contratada como investigadora em 2009, onde realizou o trabalho que culminou com o curso de Licenciatura em Ensino de Química e Biotecnologia pela Universidade Pedagógica, em Maputo.
Em 2013 concluiu o mestrado em Genética e Giotecnologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil, em 2022. Adiante, concluiu o curso de Doutoramento em Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares (aplicada a produção de produtos naturais através da biotecnologia) pela Universidade Federal de Lavras. A Doutora Melvis Cossa, no IIAM, dedica-se a propagação in vitro de culturas alimentares e espécies nativas. Concorreu ao prémio com o artigo da parte da sua tese do Doutoramento intitulado “Efeito da Intensidade e qualidade espectral de luz no crescimento e acúmulo de arbutina em plântulas de Origanum majorana L”.
Para Melvis Cossa, o evento foi de grande importância, pois permitiu a partilha de experiências e promoveu a interação com outros investigadores e cientistas de diversas áreas e de diversos países. O evento foi visto como uma oportunidade para fortalecer a rede de comunicação na comunidade científica. Cossa, recomendou maior adesão e participação de todos investigadores, de todas as área e níveis nesses eventos, como forma de expor a pesquisa e divulgar o trabalho do IIAM no país. Igualmente, recomendou um maior incentivo por parte da instituição à qual pertence, para que mais investigadores e técnicos tenham a oportunidade de participar desses eventos, de forma a alavancar o nome e a visibilidade da instituição.
O evento foi organizado pela UEM, através da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, em parceria com a Sociedade Africana de Ciências Agronómicas (ACSS), IIAM), Instituto Superior Politécnico de Gaza (ISPG) e o Instituto Superior Politécnico de Manica (ISPM).
( por: Sonia Nhantumbo e Rosseau Bila )


