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DA AGÊNCIA ATÓMICA: OFICIAL EM CONTROLE E SEGURANÇA DE ALIMENTOS DE VISITA AO IIAM

Decorreu na manhã de hoje, 19 de Fevereiro de 2024, no gabinete da Directora Geral do IIAM, Professora Doutora Zélia Menete, um encontro com o Technical Officer da Energia Atómica, que se encontra em visita à instituição. O encontro contou com a presença da Doutora Otília Tomo (Directora Técnica da DCA), o Dr. António Sumbana (Ponto Focal do Projecto 5012) e Dra. Carla Menezes (Ponto Focal dos Projectos de Energia Atómica na área de Agricultura). Durante o encontro foram abordadas informações sobre apoio à DCA-IIAM em equipamentos, materiais, reagentes e a formação e monitoria dos técnicos, bem como na sustentabilidade dos laboratórios. Na próxima sexta-feira, será realizado um novo encontro para o balanço da visita e acções de seguimento

Detecção precoce da Gripe Aviária apoia-se no Laboratório Central de Veterinária do IIAM

Moçambique já não depende exclusivamente de Laboratórios estrangeiros, como o da República da África do Sul, para o processamento de amostras conducentes à detecção da presença da Gripe Aviária, também conhecida por Influenza Aviária, uma doença que afecta as aves com destaque para o frango e que pode passar para os seres humanos assumindo contornos de letalidade nestes. Com efeito, o Laboratório Central de Veterinária na Direcção de Ciências Animais (DCA) do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) tem já sido uma referência de sucesso para a tomada de decisão da Direcção Nacional de Desenvolvimento Pecuário (DNDP) no tocante à declaração ou não de surtos de Gripe Aviária no país.

Falando nesta segunda-feira (12) perante quase uma centena e meia de participantes presenciais e virtuais a uma Palestra sobre Influenza Aviária, organizada pela DCA-IIAM tendo como palco físico o Anfiteatro da Faculdade de Veterinária (FAVET) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) o Director Nacional de Desenvolvimento Pecuário, Dr. Américo da Conceição, repisou que o primeiro caso de Gripe Aviária em Moçambique registou-se em Outubro de 2023, tendo o caso sido confirmado laboratorialmente dentro do país, mais concretamente pelo Laboratório Central de Veterinária do IIAM. Ademais, revelou ainda o Director Nacional de Desenvolvimento Pecuário, um outro Laboratório Veterinário da Itália viria depois a reconfirmar as conclusões do Laboratório Central de Veterinária de Moçambique.

A tão concorrida palestra, porquanto centrada num tema sempre actual e de grande interesse abordou, entre outras temáticas, a visão sobre a Influenza Aviária e estirpes virais, transmissão e factores de risco, implicações na saúde humana e métodos de controle, diagnóstico laboratorial, importância da detecção precoce, procedimentos de resposta em caso de suspeita ou confirmação, mapeamento de zonas de risco, e aves migratórias ou selvagens como vectores do vírus para aves domésticas. Sob a moderação da Directora de Ciências Animais, Prof. Dra. Otília Tamele Tomo, foram oradores e painelistas: a Investigadora Auxiliar e Chefe do Laboratório Central de Veterinária na DCA-IIAM, Dra. Iolanda Monjane; o Dr. Zacarias Massicame pela DNDP do MADER; a Pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde (INS) e Chefe do Departamento de Prevenção, Controlo e Erradicação de doenças, Dra. Neusa Nguenha; e o Zoologo do Museu de História Natural, Dr. Carlos Bentos.

Enquanto o Director Nacional de Desenvolvimento Pecuário, que contextualizou a palestra, elucidou que a Influenza existe no mundo há mais de 100 anos, de acordo com os oradores, o primeiro caso de Gripe Aviária na região da SADC foi registado em 2017, enquanto os surtos mais recentes foram notificados na República da África do Sul (RSA) em Maio de 2023, tendo resultado na morte ou no abate de dezenas de milhares de aves de capoeira. Após a ocorrência e cumulativamente aos surtos anteriores no vizinho país a sul (RSA), “o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER) suspendeu a importação de aves domésticas e selvagens vivas e produtos avícolas da RSA em Outubro de 2023, e reforçou adicionalmente as medidas de prevenção e vigilância em todo o território nacional”, esclarecem os documentos apresentados na palestra, revelando não ter sido uma experiência fácil lidar com a situação real em território nacional.

A palestra serviu como uma escola sobre a Gripe Aviária, pois “aprendemos muito e já podemos esclarecer aos nossos governos provinciais sobre esta matéria”, tal como se pronunciou a Directora Provincial de Agricultura de Maputo, uma das participantes presenciais, que acrescentou em forma de busca de apoio para maior divulgação das importantes mensagens que colheu do evento: “Não estamos a divulgar o assunto. Gostaríamos de ter um apoio para a actualização da informação” e também se revela uma cada vez maior “necessidade de envolvimento das províncias” nesta luta conjunta pelo controlo da Gripe Aviária que “veio para ficar e temos que encontrar formas de conviver com o problema” como várias vezes repetiu convincente o Director Nacional de Desenvolvimento Pecuário, AméricodaConceição.

Para a Directora Geral do IIAM, Prof. Doutora Zélia Menete, adiantando algumas acções de seguimento à palestra, é preciso que todos as partes interessadas e envolvidas na questão da Gripe Aviária estejam alinhadas, pois “sem colaborarmos do ponto de vista multidisciplinar nunca seguiremos em frente” e “não podemos continuar a ser apanhados despreparados”, rematou! Por outro lado vincou que urge capacitar e profissionalizar os recursos humanos para melhores operações laboratoriais bem como para reforçar a capacidade dos outros laboratórios regionais de tal sorte que se possa testar a Influenza Aviária em todas as províncias. Zélia Menete exorta a todos os cientistas e pesquisadores de larga experiência do IIAM, do INS, do Museu de História Natural, das Universidades e de outras instituições a traçarem estratégias para “interessar jovens a integrarem as equipas, para começarem a gostar de ciência quanto cedo”. Sendo os jovens a maioria percentual de moçambicanos “temos que usar esse dividendo demográfico”, trazendo ao público os contornos de “onde reside o sucesso para que os jovens se interessem pela avicultura, por exemplo”, asseverou indicando que todas as recomendações do evento constarão de uma matriz de acções de seguimento a ser partilhada com todos os participantes. (Roseiro Moreira com fotos de Juvêncio dos Santos e Gabriel Matsinhe/IIAM-DDIC)

Em Homenagem à Sónia Maciel: Rememorados os Feitos da Pesquisadora, Cientista e Inovadora Educacional

Promovida pela Direcção Geral do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), antecedendo uma importante palestra sobre a Gripe Aviária, a homenagem contou com a presença da família da enaltecida e do Antigo Reitor da Universidade Lúrio, o Prof. Dr. Francisco Noa, uma das pessoas que teve o raro privilégio de fazer parte do percurso da malograda Prof. Dra. Sónia Maciel, desde a sua época de estudantes do ensino secundário geral em 1979. Descrevendo-a como o culminar da “grandeza humana e profissional”, o Prof. Dr. Noa, num discurso expontâneo saído da alma de uma mente que perdeu uma ente pesquisadora, cientista e inovadora educacional, emocionou a plenária de cultores do saber quanto foi a malograda cientista outrora investigadora do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique, abrindo sonhos de futuros académicos de trilhares pelos exemplos de zelo, brio e dedicação que caracterizaram a também humilde porém visionária personalidade da Prof. Dra. Sónia Maciel.

Reconhecendo publicamente o contributo da malograda cientista para o desenvolvimento da agricultura desde a sua juventude, conforme atesta o seu percurso académico e profissional, a Directora Geral do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique, Prof. Dra. Zélia Menete, resumiu assim o sentimento institucional naquela singela sessão de elogio póstumo: “como IIAM, não ficaríamos indiferentes e não fazermos nada. Preparamos estes minutos que antecedem a nossa primeira palestra do ano, para enaltecermos a vida e obra de uma colega, uma companheira, uma destacada lutadora pelo desenvolvimento do país, de ciência em punho e vontade de partilha de conhecimentos sem igual”. Afinal, a Prof. Dra. Sónia Maciel era um acervo de conhecimento de que várias instituições se podiam socorrer para o seu prestígio e crescimento. Atesta-nos a Directora Geral do IIAM ao passar o elogio póstumo ao antigo Reitor da UniLúrio: “Mas como ela trabalhou também noutros lugares, buscamos individualidades que com ela trilharam pelas difíceis porém reconfortantes avenidas da aplicação e transmissão do saber. Por isso temos aqui o Prof. Dr. Francisco Noa que nos vai ajudar a saber mais e compreender melhor esta emblemática figura do conhecimento científico moçambino”.

A família da homenageada agradeceu o gesto do IIAM, através de uma intervenção da irmã da malograda, carregada de emoção e força de superação pela perda irreparável de uma figura que transcendeu o círculo familiar, passando a ser uma Professora Doutora Sónia Maciel de todos os Moçambicanos, vencendo as trevas através da pesquisa, ciência e inovação que tão bem soube ela transmitir ao longo da sua vida. (Roseiro Moreira, com fotos de Juvêncio dos Santos e Gabriel Matsinhe/IIAM-DDIC)

Investigadores do Programa de Arroz interagem com a DG IIAM

Provenientes do Centro Zonal Sul, pesquisadores do Programa de Arroz reuniram-se com a Directora Geral do IIAM na tarde de 6 de Fevereiro corrente para dar a conhecer os programas em curso no CZSul na cultura do arroz. Os investigadores do arroz fizeram menção às várias áreas de intervenção nesta cultura cerealífera, no âmbito do Programa de Produtividade Agrária da África Austral (APPSA), incluindo os programas de colaboração regional com os países que também têm estado a implementar o APPSA. E é neste intercâmbio de troca de experiências a nível regional que o CZSul irá receber o Instituto de Investigação Agronómica de Angola (IIAA) para uma visita de troca de experiência no corrente mês de Fevereiro.

Os técnicos tiveram a oportunidade de dar a conhecer o programa de introdução do cultivo da Cevada e disseminação em larga escala para os pequenos e médios produtores nos distritos de Boane, Namaacha e Chókwè. De salientar que a cultura da Cevada está tendo uma grande demanda pela indústria cervejeira em Moçambique. A título de exemplo, a gigante cervejeira Heiniken tem estado a colaborar com o CZSul em ensaios de adaptação da cultura de Cevada.

Por forma a garantir a sustentabilidade do Programa do Arroz, a Directora Geral ressaltou a necessidade de se ter um Programa Nacional do Arroz unificado e forte, com actividades concretas e envolvendo todos os intervenientes da Cadeia de Valor do Arroz por forma a garantir uma produção e produtividade eficiente e sustentável. (Suzie Aline/IIAM)

Parceria junta IIAM, FAR e UniSCED em prol do desenvolvimento da Investigação e da Ciência

No âmbito de parceria entre o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), FAR e Universidade Aberta ISCED (UniSCED), realizou-se no dia (02/02/2024), o primeiro encontro anual como o objectivo de partilhar conhecimentos nas áreas de formação de extensionistas, e planificação conjunta de cursos de curta duração.

O evento contou com a participação do Vice- Reitor da (UnISCED), acompanhado de seus quadros, e a Prof. Doutrora Zélia Menete, Directora- Geral do IIAM, acompanhada de seus Directores Técnicos, Delegados dos Centros Zonais (CZ) e investigadores. O encontro foi híbrido e contou com a participação de mais de 35 participantes.

A UnISCED destacou os cursos da Faculdade de Engenharia e Agricultura, como Agronegócio, desenvolvimento Agrário e Engenharia Informática. Têm os Centros de Recursos distribuídos em todo o país, onde desenvolvem as actividades de extensão.  

Esta universidade  implementa  projectos de fomento da piscicultura e outros como é o caso do STEM (…….) para Raparigas, com objectivo de incentivá-las pelo gosto nas áreas das ciências, engenharias, eletrônica e matemática.

Por seu turno a Directora-Geral do IIAM, disse que a instituição tem extensionistas altamente qualificados e experientes capazes de partilhar experiências vividas no campo agrário.  Referiu que doravante, o foco está centrado nos cursos de curta duração, destacando o curso de irrigação. E com a parceria ora, solidificada, poder-se-á planificar cursos que possam responder aos problemas tais como desnutrição crónica e de boas para resistência às mudanças climáticas.

Defendeu que há necessidade de se potenciar as áreas das ciências sociais, com vista a se fazer um estudo exaustivo das razões do alto índice de desnutrição crónica nas províncias com alto nível de produção. Por outro lado,  esclareceu a relevância da proposta da introdução do curso de nutrição comunitária, do ponto de vista preventivo.

O IIAM manifestou a disponibilidade de colaborar com a UnISCED, quer na área de ciência agronómica, quer na área de ciências animais, em prol do desenvolvimento do país.

No fim do encontro, foi acordado a designação de pontos focais com o intuito de estabelecer o ponto de ligação entre as duas instituições.

Investigação Oceanográfica e Agrária Buscam  Soluções Tecnológicas para o Desenvolvimento

Reunidas ao princípio de quinta-feira (1 de Fevereiro), as instituições moçambicanas de investigação oceanográfica e agrária, respectivamente, o Instituto Oceanográfico de Moçambique (InOM) e o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) marcaram passos decisivos para a materialização de uma parceria que as conduza de forma célere e incisiva a deixarem melhores e mais reconhecidas marcas da sua existência como organizações públicas de produção de conhecimentos e soluções tecnológicas para o desenvolvimento do país.

As duas Catedrais de investigação científica e transferência de tecnologias socorrem-se das suas atribuições e competências, que afinal se complementam ou precisam uma da outra em determinadas áreas ora identificadas no histórico encontro pela investigação agrário-oceanográfica desta segunda-feira. A título de exemplo de complementaridade ou sucedaneidade do InOM e do IIAM, o Director Geral da primeira referiu que “a grande viabilidade do peixe em cativeiro advém da ração e dos produtos agrários cuja cadeia de produção tem génese no IIAM”. Atendo-se à riqueza do peixe em proteina, sem discurar os feijões e o ovo, o Director Geral do InOM vincou que “nós temos que trazer as soluções de proteina animal para desafiarmos e revertermos maior parte dos problemas de desnutrição”.

Mas a ração para o peixe é caríssima tal como o é para o frango. Entretanto, consta de estudos e experiências que há uma série de produtos da agricultura considerados viáveis para a alimentação do peixe, embora isso possa levantar um conflito com as necessidades dos mesmos produtos para a alimentação humana. Ainda assim, “nós como institutos de Investigação temos liberdade de sonhar (…) e encontrar formas de resolver questões prementes como esta.”

Para os Directores Gerais  do InOM e do IIAM,  importa de hora em diante conjugar acções concretas que viabilizem a sua iniciativa, daí a razão do seu encontro madrugador no primeiro dia de Fevereiro, acompanhados por seus quadros de direcção ou relevância temática para o arranque que se pretende com a dinâmica e celeridade necessárias. O sucesso da iniciativa dos Directores Gerais do InOM, Prof. Doutor António Hoguane, e do IIAM, Prof. Doutora Zélia Menete, garante-se pelo seu potencial fixo de parceria acrescido de um capital humano com elevada experiência, boa parte do qual com nível de Mestrado em áreas nucleares de pesquisa, estando em seguimento a formação de uma outra fasquia de quadros para aprimorar a sua qualidade e aumentar a disponibilidade de Doutorados para melhor servirem a investigação oceanográfica e agrária no país. Aliás, segundo a Directora Geral do IIAM, é destes quadros das duas instituições que se espera que carreguem a iniciativa para os seus projectos de Mestrado e Doutoramento viabilizando-a e trazendo recursos para a sua implementação em ligação com as Universidades em que se encontrem a prosseguir a sua formação académica.

Fazendo maior jus à ideia de parcerias inter-institucionais como esta que doravante se materializa, num outro desenvolvimento do amigavelmente acalorado encontro, a Prof. Doutora Zélia Menete retomou um pronunciamento que a tem sido peculiar e tem revigorado a esperança dos quadros: ” para melhorar a vida dos investigadores temos que ser capazes de falar em rede, pois o investigador é sempre investigador em qualquer área que seja”. A unidade perante desafios é vista pela líder do IIAM como algo fundamental para o sucesso: “se nos unirmos, temos preocupações similares sobre as quais podemos juntos buscar soluções”, ajuntou Zélia Menete precedendo o fecho de uma produtiva reunião de trabalho com igualmente sábias palavras proferidas pelo seu homólogo do Instituto Oceanográfico de Moçambique: “fazer das duas instituições uma mesma, na qual os cientistas transcendem as barreiras institucionais”. (Roseiro Mário Moreira/IIAM-DDIC).

Maior Divulgação de Pacotes Tecnológicos e Gestão Criteriosa de Riscos à Saúde Pública Precisam-se!

No início da sua segunda semana consecutiva, o Curso de Formação de Formadores em Avicultura, com enfoque nas medidas de higiene, protecção e segurança de alimentos na cadeia geral do frango, subiu o interesse dos participantes em ver este produto alimentar cada vez melhor tratado desde a sua produção até à mesa do consumidor, seguindo-se criteriosamente todos os cuidados e padrões recomendados ao nível nacional e internacional para a segurança de alimentos de origem avícola. Outrossim, a disseminação persistente dos pacotes tecnológicos e das  normas vigentes de produção, processamento e comercialização de frango joga um papel incontornável para o sucesso do trinómio avicultura, bio-segurança e saúde pública no quadro das políticas de desenvolvimento sócio-económico do país. Estas constatações sobressaem dos intensos debates que caracterizaram as sessões destas segunda e terça (29 e 30 de Janeiro) entre pesquisadores em ciências animais, avicultores, processadores de carne, estudantes de tecnologia de alimentos, comunicadores de ciência e seus formadores do AERES Training Centre International (da Holanda) e da Faculdade de Veterinária da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).

Relativamente à disseminação persistente dos pacotes tecnológicos e das  normas vigentes no que à cadeia do frango é atinente, o Investigador da Direcção de Ciências Animais, Amade Dauto Ibramugy, Mestrado em segurança de alimentos, fazendo triangulação com o que foi observado na visita de estudo realizada a um aviário na semana precedente, mostrou haver desafios no desenvolvimento daquela actividade “pelos cuidados de maneio que ela exige, sobretudo devido às condições financeiras e à falta de informações tecnológicas sobre esses aspectos para pequenos criadores”, argumentou em socorro dos avicultores. Acrescentou, porém, que “ver indivíduos engajados na produção avícola, como o Sr. Bakanda Cisse, na  Katembe, é encorajador, pois está a contribuir para a alimentação humana, através do equilíbrio da disposição do frango no mercado fazendo com que o seu preço possa ser de alguma forma mais acessível à população”. Pese embora os desafios, reconhecidos pelo próprio avicultor “provavelmente por falta de pacotes tecnológicos e pessoal de apoio qualificado”, como constata o Dr. Amade Dauto Ibramugy, há que “encorajar a vários outros indivíduos a abraçarem esta actividade e investir em pacotes tecnológicos para garantir a obtenção de frangos de qualidade para o consumo humano, livres de quaisquer anomalias que possam perigar a saúde pública.”, rematou!

De referir que o frango, rico em proteína, ajuda na melhoria da nutrição da população, sendo dos produtos avícolas mais presentes na dieta alimentar dos moçambicanos,  particularmente nos centros urbanos (cidades e vilas) onde abunda nas prateleiras de supermercados,  mercearias e diferentes espaços de venda de produtos alimentares de todos os níveis. Entretanto, um redobrar da vigilância passo a passo para a salvaguarda da qualidade nutricional e da bio-segurança desse alimento mostra-se premente, porquanto o aumento quantitativo da produção aviária deve sempre ser acompanhado  por essas garantias de gestão criteriosa dos seus potenciais riscos à saúde.

E para que a qualidade e a segurança nutricional do frango sejam garantidas, todos os intervenientes na sua cadeia de valor precisam de ter o conhecimento sobre  as normas de bio-segurança recomendadas dentro do país bem como os cuidados que devem ser observados para a certificação dos operadores do ramo avícola quer na produção em aviários quer antes na produção de ração ou depois no processamento, empacotamento, transporte e na venda aos consumidores finais. Na experiência de países como a Holanda, Portugal, EUA a  certificação para o exercício de qualquer ramo da actividade avícola para fins de alimentação humana é obrigatória e os avicultores devem também sempre ser assistidos por veterinários certificados   sendo que o processo de gestão criteriosa de risco que inclui inspecções e análises laboratoriais de segurança de alimentos é dirigido em última instância por uma Autoridade Nacional Reguladora especializada em Tecnologias de Alimentos à qual compete, de forma célere, actuar para mitigar atempadamente os riscos em caso de sua detecção por um laboratório autorizado. Esta provavelmente seja uma lição a tirar do curso  de formação de formadores avícolas, que decorre de 22 de Janeiro a 2 de Fevereiro na Direcção de Ciências Animais do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), e igualmente um caminho a ser seguido por países com alto potencial de produção avícola como o nosso. Espera-se, por isso, que do curso sejam produzidas recomendações nesse sentido a quem de direito, uma vez sendo atribuição do IIAM contribuir para a definição de políticas públicas agrárias e de outros sectores da Administração Pública nacional. (Roseiro Mário Moreira, com imagens de Juvêncio dos Santos)

Formadores do AERES Training Centre International Recebidos no MADER

Na manhã de quarta-feira, 24 de Janeiro de 2024, os  formadores Josje Hakker e Johan Hissink, do AERES Training Centre International, da Holanda, foram recebidos num encontro de cortesia, na Direcção Nacional de Desenvolvimento Pecuário (DNDP) no Ministério da Agricultura e Desenvolvimento  Rural (MADER). O encontro de cortesia visava partilhar o seu programa de formação em Moçambique, que decorre desde segunda-feira na Direcção de Ciências Animais (DCA) do IIAM, em Maputo, e propor acções de seguimento da cooperação que já se mostra frutuosa.

Da parte do MADER os visitantes foram acolhidos pelo Director Nacional de Desenvolvimento Rural, Dr Américo da Conceição e pela Directora Geral do IIAM, Prof. Doutora Zélia Menete, que se fazia acompanhar pela Directora Técnica da DCA, Dra. Otília Tamele Tomo, pelo Chefe do Departamento de Nutrição e Alimentos, Dr. António Sumbana e pela Dra. Diane Cumbula, Investigadora da DCA, que lidera a presente fase inicial das actividades com os Formadores holandeses.

Durante o encontro, os Formadores da AERES, Training Centre International (TCI) apresentaram sugestões das quais se destacam: incentivo à participação de técnicos moçambicanos nos programas; estabelecimento de parcerias com outras instituições nacionais e internacionais para melhor coordenação das actividades; e capacitação de outros técnicos nacionais na área de maneio e processamento de frangos pelos técnicos formados nesta fase.

Por seu turno, o Director da DNDP frisou haver crescimento da indústria avícola no país devido ao apoio do Governo nesta área, ao estabelecimento de cotas para a importação dos produtos avícolas, ao aumento do número de incubadoras, à existência de associações que trabalham para a avicultura, e ao aumento do número de criadores e locais de processamento de frangos.  No seguimento, referiu que os Formadores holandeses poderiam igualmente formar técnicos de outras províncias, de acordo com a importância de cada uma na actividade avícola no país.

Na circunstância, a Directora Geral do IIAM, Prof. Doutora Zélia Menete, destacou a necessidade de realização de encontros frequentes entre o IIAM e a DNDP como forma de melhorar a articulação das actividades, bem como encontros com as associações de avicultores, constituindo-se equipas multidisciplinares (veterinários, agrónomos, avicultores, Institutos Politécnicos e outros). No que especificamente diz respeito à formação, a Directora Geral do IIAM recomendou o alargamento das áreas de modo a incluir bovinos, suínos, caprinos, AMR, nutrição, e mais. Recomendou ainda a criação de um triângulo entre a AIRES – IIAM – Universidades para o desenho dos programas.

Zélia Menete terminou as suas sugestões e recomendações convidando os formadores do AERES a participarem nas  palestras sobre a Gripe Aviária e Resistência Antimicrobiana, para os meses de Fevereiro e Março, de modo a partilharem a sua experiência. (Otília Tamele, Tomo  António Sumbana e Roseiro Moreira/IIAM)

Oportunidade de colaboração entre o IIAM e o CISM

Na manhã do dia 24 de Janeiro do corrente ano realizou-se, nos escritórios do Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM), um encontro entre o Director Geral daquele estabelecimento, Dr. Francisco Saúte e a Directora Geral do IIAM, Prof. Dra. Zélia Menete junto com a sua equipa.   O encontro visava a materialização da relação de colaboração entre os dois centros de investigação nas diferentes áreas ligadas à saúde e à agricultura, incluindo as componentes de nutrição, fitofármacos, ambiente, saúde pública e animal, demografia e outras áreas afins relevantes para a melhor prestação de serviços destes dois centros à sociedade. Aspectos relacionados com os efeitos das mudanças climáticas na agricultura e saúde foram também mencionados como sendo de especial importância nesta colaboração por forma a serem identificadas medidas de adaptação e mitigação às mudanças climáticas em Moçambique.

Os dois dirigentes passaram em revista as principais áreas de investigação das instituições que dirigem bem como os programas em curso e reconheceram um grande potencial de colaboração entre a pesquisa em saúde e agrária, dado o seu alinhamento naquilo que são as suas áreas de intervenção. (Suzie Aline/IIAM)

Arranca Formação de Formadores para a Indústria Avícola

Decorre de 22 de Janeiro a 2 de Fevereiro de 2024, na Direcção de Ciências Animais (DCA), em Maputo, a primeira fase do curso de formação de formadores para a melhoria da indústria avícola em Moçambique. Trata-se de 25 participantes, entre pesquisadores e profissionais da área animal, agricultores e produtores de frango, gestores de matadouros, processadores de carnes, estudantes de tecnologia de alimentos e comunicadores de ciência, que vão receber um refrescamento e aprimoramento do seu conhecimento sobre a cadeia de produção, processameto, conservação e comercialização avícola, com enfoque no frango.

A formação realiza-se numa parceria com o AERES Training Center International (AERES TCI), uma instituição holandesa vocacionada para a elaboração e condução de cursos em Agro-Pecuária, Processamento Alimentar e Desenvolvimento Institucional e a Universidade Eduardo Mondlane (UEM). Nesta fase inicial do treinamento, o AERES TCI destacou para Moçambique dois formadores (Johan Hissink e Josje Hakker) que se juntam a uma formadora nacional, a Dra. Custódia Macuamule, docente da Faculdade de Veterinária na UEM. A ser concluido em três fases até 12 de Abril do corrente ano, o seu correspondente projecto piloto deverá encerrar até ao dia 30 do mesmo mês, constituindo-se num desafio de eventuais possibilidades de réplicas para outras províncias do país.

Ao chancelar a abertura oficial do evento, após deixar as saudações de praxe de boas entradas e boas vindas, anotando e desejando que todos teham saúde e uma atitude proactiva, a Directora Geral do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), Prof. Doutora Zélia Menete lembrou aos presentes que “não é o novo ano que tem que fazer por nós, mas somos nós que temos que fazer cada diferença no novo ano”. E no seguimento fez uma gentil recomendação virada para a busca de sucesso institucional e construção de resultados de base compartilhada: “cada um de nós tem que fazer o seu trabalho”. Na perspectiva da Directora Geral do IIAM, “para qualquer actividade que tenhamos que realizar, temos que ter a devida actualização profissional, razão pela qual estamos neste curso”.    

A realização do curso em Moçambique, em parceria com uma prestigiada instituição holandesa e a mais antiga Universidade moçambicana, que são, respectivamente, o AERES Training Center International (AERES TCI) e a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), ambas com actividades que remontam da década de 1960 e se expadem pelo mundo inteiro, reforça a convicção de que os quadros e investigadores moçambicanos têm conhecimento e capacidade para atrair oportunidades de financiamento para a concretização de múltiplas acções consoante as suas áreas profissionais. Esta constatação é corroborada pelo facto de ter sido a partir de um concurso internacional para a elaboração e submissão de projectos que ”o Departamento de Nutrição e Alimentos da Direcção de Ciências Animais (DCA) do IIAM concorreu e logrou ganhar apoio logístico e financeiro para a realização desta formação que se nos afigura muito útil para o contexto do nosso país”, como referiu a Dra. Diane Cumbula, que lidera a iniciativa ora estruturada no projecto “Formando o Formador: Melhorando a Idústria Avícola em Moçamique”, desde a sua concepção resultante de um curso de curta duração de que foi participante em 2023 na Holanda.

A importância do projecto em que se insere o curso espelha-se nos seus próprios objectivos que incluem: (i) formar produtores e processadores avícolas em boas práticas de produção e higiene; (ii) melhorar o processamento de frango em Moçambique, (iii) produzir manuais e material audio-visual de treinamento para próximos cursos; (iv) melhorar o conhecimento dos técnicos envolvidos, capacitando-os em matérias de nutrição, processamento e comercialização; para além do aumento da visibilidade e credibilização do IIAM como uma instituição pública nacional de produção de conhecimento e soluções tecnológicas para o desenvolvimento do agro-negócio e a segurança alimentar e nutricional, como preconiza a sua missão estratégica. (Roseiro Moreira, com imagens de Juvêncio dos Santos).